Pesquisador brasileiro desenvolve roupas inteligentes que monitoram saúde do usuário
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As tecnologias do mundo da ficção estão cada vez mais próximas da realidade, inclusive no universo da moda. A última invenção que tem causando burburinho é a roupa inteligente, ou roupa cibernética, como foi batizada por seu idealizador, o pesquisador brasileiro Mário Gazziro, que contou também com a participação de seus alunos da Universidade Federal do ABC (UFABC), em Santo André (SP).
As peças funcionam por meio de sensores eletrônicos e centenas de micro LEDs que são conectados por uma rede mesh, espécie de rede de dados sem fio, assim como o Wi-Fi, mas em frequência diferente e com maior capacidade de alcance. O projeto, que ainda está em fase piloto, tem por objetivo criar peças que sirvam não apenas como vestimenta, mas que também monitorem a saúde do usuário, além de interagir com o meio ambiente.
Desde a ideia inicial, há dois anos, quatro peças de roupas inteligentes foram produzidas pelo professor e seus alunos, todas inspiradas nos livros de ficção científica do escritor americano Willian Gibson.“O modo como nossa sociedade tem evoluído demonstra o caráter profético das obras, que foram escritas ainda nos anos 80”, comentou Gazziro em comunicado.
O pesquisador explicou também que devido ao alto custo dos materiais, algumas funcionalidades ainda não foram implantadas, como os sensores musculares, inicialmente pensados para monitorar o esforço físico diário acumulado pelo usuário.
Outro benefício das roupas tecnológicas, de acordo com Gazziro, é a diminuição no impacto ambiental. “Ao invés da pessoa trocar uma peça inteira, ela poderia apenas trocar o software. Essa realidade pode ser distante, mas a interação sensorial é um apontador de tendências, ainda mais quando se pensa em todo apelo sustentável que já existe hoje em dia”, complementou.
Embora as roupas cibernéticas ainda não tenham data prevista para chegar às lojas, já foram apresentadas durante o festival Pint of Science, em São Carlos (SP) e nas passarelas da UFABC, em dezembro do ano passado.
Fotos: divulgação/USP São Carlos