25 organizações de consumidores da Europa apresentam queixa contra a Shein

A Consumentenbond (associação holandesa de consumidores), a Testaankoop (associação belga de consumidores) e outras 23 organizações europeias de defesa do consumidor apresentaram uma queixa conjunta contra a gigante chinesa Shein. A queixa, direcionada aos órgãos reguladores europeus, alega que a empresa engana os consumidores e incentiva o consumo excessivo por meio de estratégias manipulativas de design em seu site e aplicativo.

De acordo com as organizações, a Shein utiliza as chamadas "dark patterns". São técnicas que influenciam os consumidores inconscientemente. Por exemplo: falsos descontos, cronômetros regressivos, alegações enganosas sobre baixa disponibilidade de estoque e opções de rolagem infinita. Emoções e pressão de grupo também são exploradas, como por meio de avaliações falsas ou notificações de que um produto está quase esgotado.

“A Shein projetou seu site e aplicativo de forma deliberada para que sejam viciantes, visando compras por impulso e consumo excessivo. Isso não é marketing inocente, mas uma estratégia agressiva e proposital que engana os consumidores. Essas práticas não são apenas desonestas, mas também prejudiciais aos consumidores e ao meio ambiente. Por isso, estamos entrando em ação e aumentando a pressão sobre a Shein”, afirma Sandra Molenaar, diretora da Consumentenbond, no comunicado à imprensa.

A queixa é resultado de uma investigação anterior realizada por órgãos reguladores europeus, que, no início de 2025, revelou diversas violações da legislação de defesa do consumidor pela Shein. A ação atual é coordenada pela BEUC, a Organização Europeia de Consumidores, que apresentou a queixa à Comissão Europeia e à Rede de Cooperação para a Proteção dos Consumidores (CPC).

Segundo as organizações de consumidores, a Shein não é um caso isolado. Outras plataformas de fast fashion também utilizariam estratégias enganosas semelhantes. Por isso, elas pedem uma investigação mais ampla no setor.

A queixa destaca a crescente preocupação com as práticas de venda online na indústria do fast fashion e pressiona os órgãos reguladores a agirem contra a manipulação digital.

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