Apesar do ambiente desafiador Natal é principal data do varejo dos shopping centers
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Mesmo em um cenário marcado por juros elevados, endividamento das famílias, concorrência crescente de marketplaces estrangeiros e um consumidor mais cauteloso — incluindo o desvio de renda para apostas esportivas — o Natal segue como a principal data do varejo de shopping em 2025.
Segundo Mauro Francis, presidente da Ablos - Associação Brasileira de Lojistas Satélites de Shoppings, dezembro continua sendo decisivo para o fechamento do ano, mesmo após uma Black Friday que antecipou parte das compras. “O consumidor está mais atento ao orçamento, mas o Natal ainda mobiliza o consumo emocional, o presente e o encontro em família, o que favorece o varejo físico”, afirma num comunicado.
Projeção de vendas de Natal é de 85 bilhões de reais
Com projeção de vendas de 85 bilhões de reais, o Natal tem na decoração dos shoppings um extra para atrair consumidores. Segundo Mariana Thomé, diretora da Abrace - Associação Brasileira de Cenografia e Estandes - o Natal amplia ainda mais o papel do cenário como ferramenta de conexão entre marcas e consumidores.
Com a proximidade das festas e a chegada das férias escolares, os shoppings centers de todo o país começam a receber famílias em busca de lazer, compras e a atmosfera mágica que marca o fim de ano. Vilarejos temáticos, árvores decoradas, iluminação especial, espaços instagramáveis e a tradicional presença do Papai Noel já transformam os corredores e praças em destinos de convivência para todas as idades.
O fenômeno acontece em um momento em que a economia se prepara para um dos períodos mais fortes do calendário varejista. A expectativa é de que o Natal 2025 movimente cerca de 84,9 bilhões de reais, segundo pesquisa da CNDL -Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas - e SPC Brasil – Serviço de Proteção ao Crédito. Com projeções tão expressivas, os shoppings intensificam seus esforços para criar ambientes que não apenas enchem os olhos, mas estimulam a permanência, elevam o fluxo e fortalecem a decisão de compra.
Segundo o levantamento, 76 por cento dos consumidores devem presentear alguém na data natalina, com expectativa de que 124,3 milhões de pessoas irão às compras. Em média, pretendem comprar quatro presentes no fim deste ano, número que aumenta para cinco entre as classes A/B, com ticket médio de 174 reais. O valor supera em 37 reais o de 2023, ou seja, um avanço de quase 30 percentuais.
Ao longo de 2025, o setor enfrentou queda de fluxo e retração de vendas, o que torna o desempenho de dezembro ainda mais estratégico. “Os lojistas sabem que não podem depender apenas do volume de pessoas. O foco está em aumentar tíquete médio, melhorar conversão e trabalhar um mix de produtos mais rentável”, avalia Francis, da Ablos. A expectativa é de maior concentração de vendas na última quinzena do mês.
Cenografia captura a atenção do consumidor
Mais do que decoração, a cenografia se tornou uma estratégia essencial para capturar a atenção do consumidor em meio à concorrência acirrada dos lojistas. Ambientes temáticos, narrativas visuais, trilhas sonoras e iluminação cênica transformam a jornada de compra em uma experiência memorável, e que se reflete diretamente no aumento da circulação, no engajamento do público e no faturamento.
“O Natal é, por natureza, uma data que estimula a imaginação, especialmente a das crianças. A cenografia é parte essencial desse encantamento e contribui para melhorar o desempenho dos lojistas ao transformar os shoppings centers em ambientes acolhedores e cheios de criatividade”, afirma Mariana Thomé, diretora da Abrace, num comunicado de imprensa.
A execução desses projetos envolve meses de planejamento e uma extensa cadeia produtiva, reunindo eletricistas, marceneiros, pintores, designers, montadores, especialistas em segurança e outros profissionais. Os associados da Abrace trabalham com larga antecedência para garantir que cada detalhe esteja pronto a tempo da abertura da temporada, que coincide com o aumento expressivo do fluxo de visitantes.
Combinando criatividade, técnica e storytelling, a cenografia reafirma seu valor estratégico no varejo. A expectativa é que o Natal de 2025 consolide ainda mais essa tendência, posicionando os shoppings como protagonistas na criação de experiências inesquecíveis, impulsionando as vendas em um dos períodos mais importantes do ano.
Shopping centers: compras de última hora
Mesmo com o avanço do comércio eletrônico, os shoppings mantêm protagonismo nas compras de última hora. “A entrega imediata, a possibilidade de experimentar o produto e a experiência presencial seguem sendo diferenciais importantes”, reforça Mauro Francis. Para ele, planejamento, gestão de estoque, atendimento de excelência e integração entre canais são fundamentais. “Em muitos casos, o desempenho de dezembro é o que sustenta o faturamento do ano inteiro. Embora alguns lojistas tenham registrado crescimento nas vendas na primeira quinzena de dezembro, o cenário ainda inspira cautela, já que muitos seguem com desempenho estável ou em queda, mesmo diante da expectativa de que o pagamento do 13º salário injete mais de 130 bilhões de reais na economia e estimule o consumo nos próximos dias,” analisa o executivo.
- O Natal de 2025 é a principal data do varejo de shopping, com projeção de vendas de 85 bilhões de reais, impulsionado pelo consumo emocional e a busca por presentes e encontros familiares.
- A cenografia natalina nos shoppings é uma estratégia crucial para atrair consumidores, criando ambientes temáticos e experiências memoráveis que aumentam o fluxo de visitantes e as vendas.
- Apesar dos desafios econômicos e da concorrência do e-commerce, os shoppings mantêm seu protagonismo nas compras de última hora, oferecendo entrega imediata, experimentação de produtos e uma experiência presencial diferenciada.