Brasil exporta 11,46 milhões de pares de calçados em janeiro

De acordo com os dados coletados pela Abicalçados - Associação Brasileira das Indústrias de Calçados - em janeiro, foram embarcados 11,46 milhões de pares ao exterior, o que gerou 88,3 milhões de dólares. Os números são maiores em volume (+11,4 por cento) e menores em receita (-2,7 percentuais) em relação ao primeiro mês do ano passado. Conforme a entidade, os números apontam para uma pequena recuperação sobre uma base fraca do ano passado, explicada pelo crescimento do chinelo na pauta exportadora e pela desvalorização do real perante o dólar, o que permite preços mais competitivos para a exportação. Em janeiro, o valor médio do calçado embarcado foi de 7,71 dólares, 12,6 por cento menor do que no mesmo mês de 2024 (8,82 dólares).

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que o quadro no panorama internacional permanece igual ao registrado no final do ano passado, com muitas incertezas econômicas, agora somadas à possibilidade de uma guerra comercial travada entre os Estados Unidos e a China. “O cenário, ao longo de 2025, é uma incógnita. Ao mesmo tempo em que a tarifa imposta por Trump aos calçados chineses pode ajudar o Brasil no mercado norte-americano, esses calçados produzidos na China tendem a inundar mercados cativos para o nosso produto no exterior, principalmente na América Latina”, comenta no release de divulgação. Segundo Ferreira, apesar do crescimento em volume, em janeiro, os níveis de exportação se mantiveram abaixo da média anual dos últimos cinco anos (12,23 milhões de pares), o que aponta para a manutenção do quadro de uma “demanda internacional desaquecida”.

Destinos

Em janeiro, o principal destino do calçado brasileiro no exterior foi os Estados Unidos, para onde foram embarcados 1,13 milhão de pares por 19 milhões de dólares, incremento de 4,2 por cento em pares e queda de 11,5 percentuais na receita gerada. Na sequência, apareceram a Argentina (635,6 mil pares e 10,36 milhões de dólares, alta de 14,2 por cento em volume e queda de 6,3 percentuais em receita no comparativo com o mesmo mês de 2024) e a França (380,6 mil pares e 4,9 milhões de dólares, incrementos de 14,7 por cento e 54,3 percentuais, respectivamente).

Estados exportadores

No primeiro mês de 2025, o principal exportador de calçados do Brasil foi o Rio Grande do Sul. No período, as fábricas gaúchas embarcaram 2,62 milhões de pares, que geraram 37,6 milhões de dólares, quedas tanto em volume (-12,1 por cento) quanto em receita (-17,5 percentuais) em relação a janeiro de 2024. Na sequência, apareceram Ceará (5 milhões de pares e 27,42 milhões de dólares, incrementos de 34,8 por cento e 30,3 percentuais, respectivamente, ante 2024) e São Paulo (514,1 mil pares e 7,2 milhões de dólares, crescimento de 23,5 por cento em volume e queda de 2,7 percentuais na receita gerada).

Importações seguem em elevação

Assim como em 2024, quando as importações cresceram mais de 26 por cento em volume, a entrada de calçados estrangeiros no Brasil seguiu em alta no mês de janeiro. No primeiro mês do ano, foram importados 3,32 milhões de pares por 47,96 milhões de dólares, incrementos tanto em volume (+18,1 por cento) quanto em receita (+29 percentuais) em relação ao mesmo período de 2024.

As principais origens seguiram sendo os países asiáticos, que responderam por 90 por cento dos calçados que entraram no Brasil. A principal origem de janeiro foi o Vietnã, de onde foram importados 1,24 milhão de pares por 22,47 milhões de dólares, aumentos de 55 por cento e 31 percentuais, respectivamente, ante o primeiro mês de 2024. Na sequência, apareceram a Indonésia (742,5 mil pares e 12 milhões de dólares, incrementos de 113,5 por cento e 111,6 percentuais, respectivamente, ante o ano passado) e China (719,8 mil pares e 5 milhões de dólares, queda de 34,7 por cento em volume e crescimento de 16,6 percentuais em receita).

Em partes de calçados - palmilhas, solas, saltos etc -, as importações de janeiro somaram 5,53 milhões de dólares, 47 por cento mais do que no mesmo intervalo de 2024. As principais origens foram China, Paraguai e Vietnã.