Diante de ventos contrários o mercado de luxo enfrenta agora os impostos de importação americanos
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Paris – Momento delicado para o mercado de luxo: já afetado pela queda no consumo de bolsas sofisticadas, perfumes e roupas de marcas renomadas, o setor agora precisa lidar com os impostos de importação sobre suas exportações para os Estados Unidos, um dos seus principais mercados.
"Estamos enfrentando ventos contrários, com as dificuldades conjunturais da economia global", declarou Bernard Arnault, CEO (diretor executivo, na sigla em inglês) da LVMH, líder mundial no setor. "A isso se somam dificuldades geopolíticas e a diminuição das viagens turísticas na Europa e nos Estados Unidos", destacou.
O lucro líquido da LVMH (Louis Vuitton, Dior, Celine…) caiu no primeiro semestre, com redução de 22 por cento, para 5,7 bilhões de euros, e as vendas recuaram 4 percentuais, para 39,8 bilhões de euros.
Agora, soma-se também a questão dos impostos de importação de 15 por cento sobre as exportações para os Estados Unidos, conforme acordo firmado no dia 28 de julho de 2025 entre o presidente americano, Donald Trump, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Um acordo não "perfeito", mas "necessário" no "contexto atual", defendeu Bernard Arnault. Donald Trump havia ameaçado a União Europeia com impostos de importação de 30 percentuais.
O mercado americano representa 25 por cento das vendas da LVMH, que abrirá nos Estados Unidos uma nova fábrica da Louis Vuitton, sua marca principal, em Dallas, no final de 2026 ou início de 2027. O grupo já possui três fábricas da Louis Vuitton nos Estados Unidos.
Muitos grupos de luxo consideram que impostos de importação de 15 percentuais ainda são aceitáveis. É "administrável", nas palavras da Kering, que, apesar das dificuldades para reerguer sua principal marca, Gucci, acredita poder aumentar os preços em "algumas marcas" para compensar, de acordo com sua diretora financeira, Armelle Poulou.
Queda do dólar
Ao contrário da LVMH, o grupo de François-Henri Pinault, proprietário da Gucci, Yves Saint Laurent, Balenciaga e Bottega Veneta, não possui fábrica na América do Norte, onde realiza 24 por cento de suas vendas.
"Vendemos cultura francesa, vendemos cultura italiana. Não faria sentido para mim ter bolsas italianas da Gucci fabricadas no Texas", afirmou François-Henri Pinault recentemente.
Cauteloso, o gerente da Hermès, Axel Dumas, prefere "aguardar as regras do jogo precisas". "Os últimos anúncios precisam ser refinados", disse, ressaltando que os impostos de importação estavam em 4,7 percentuais no início do ano, aos quais se somaram, em abril, novas "taxas de aproximação", como a Hermès chama a sobretaxa de 10 por cento.
"Se os 15 percentuais correspondem aos 10 por cento mais os 5 percentuais que já existiam, não há motivo para aumentar os preços", avalia Axel Dumas. Após os impostos de importação de 10 por cento aplicados em abril, o grupo elevou sua tabela de preços nos Estados Unidos em 5 percentuais, o que não prejudicou suas vendas na região das Américas, com alta de 6,3 por cento no segundo trimestre.
A Hermès, que parece não enfrentar "ventos contrários", anunciou na quarta-feira, dia 30 de julho de 2025, vendas em alta de 7,1 percentuais no primeiro semestre.
A britânica Burberry também não se mostra preocupada. No primeiro trimestre do seu ano fiscal, registrou aumento de 4 por cento nas vendas na região das Américas. O Reino Unido negociou impostos de importação de 10 por cento para os produtos exportados para os Estados Unidos.
"De fato, 19 percentuais do nosso faturamento vem dos Estados Unidos. Certamente, isso ainda representa um obstáculo, mas 81 por cento da nossa atividade não é afetada", avaliou a diretora financeira, Kate Ferry, em conversa com analistas.
Alem do impacto contábil, os impostos de importação também podem afetar "a confiança dos consumidores (de luxo) em escala global, principalmente nos importantes mercados chinês (cerca de um terço das vendas) e americano (aproximadamente 25 por cento das vendas)", estima o banco UBS em relatório.
Os impostos também devem levar os consumidores americanos de luxo a comprar no exterior devido às diferenças de preços entre os países, que podem ser "da ordem de 10 percentuais, além da restituição do imposto sobre valor agregado na Europa", de acordo com o UBS.
A questão cambial é fundamental, destacou Axel Dumas: "Temos um dólar que se desvalorizou bastante, e isso tem tanto impacto, se não mais, quanto os impostos de importação".
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