• Home
  • Notícias
  • Negócios
  • Exportações de calçados geram 174,23 milhões de dólares no primeiro bimestre de 2024

Exportações de calçados geram 174,23 milhões de dólares no primeiro bimestre de 2024

By Marta De Divitiis

loading...

Scroll down to read more
Negócios
Credits: Ian Taylor/Unsplash

De acordo com dados coletados pela Abicalçados - Associação Brasileira das Indústrias de Calçados - nos primeiros dois meses do ano, as exportações do setor somaram 21 milhões de pares e 174,23 milhões de dólares, altas tanto em volume (+14,7%) quanto em receita gerada (+2,7%) em relação ao mesmo período de 2024. No recorte de fevereiro, foram embarcados 9,6 milhões de pares por 85,9 milhões de dólares, altas de 18,9% e de 8,9%, respectivamente, ante o mesmo mês do ano passado.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, explica que, além da base de comparação fraca - do ano passado -, o incremento já demonstra efeitos do câmbio, já que com o dólar mais alto em relação ao real os exportadores conseguem preços melhores sem perder a rentabilidade. “O calçado exportado no bimestre foi 10,5% mais barato do que o exportado no mesmo período do ano passado”, explica o executivo, destacando que o preço médio do calçado brasileiro enviado ao exterior foi de 8,26 dólares.

Outro elemento que tem ajudado o aumento das exportações brasileiras de calçados é a Argentina. Tradicional segundo principal destino do calçado brasileiro no exterior - atrás apenas dos Estados Unidos - o país vizinho foi o principal importador do produto nacional no recorte de fevereiro, quando os argentinos importaram 1,24 milhão de pares, pelos quais pagaram 22,2 milhões de dólares, altas tanto em volume (+96,5%) quanto em receita (+62,2%) ante o mesmo período do ano passado. No acumulado do bimestre, os argentinos importaram 1,87 milhão de pares brasileiros por 32,58 milhões de dólares, incrementos de 58% e de 31,6%, respectivamente, perante o mesmo intervalo de 2024.

Mesmo perdendo o lugar de principal destino do calçado brasileiro em fevereiro, no bimestre os Estados Unidos seguem no primeiro posto. Em fevereiro, foram embarcados para lá 792,88 mil pares por 18,16 milhões de dólares, queda de 4% em volume e aumento de 4,2% em receita na relação com fevereiro de 2024. No bimestre, as exportações de calçados para os Estados Unidos somaram 1,93 milhão de pares e 37,17 milhões de dólares, incremento de 0,6% em volume e queda de 4,5% na receita gerada em relação ao mesmo ínterim de 2024.

No terceiro lugar entre os destinos dos calçados brasileiros no exterior está a Espanha, que em fevereiro recebeu 1,54 milhão de pares, pelos quais foram pagos 3,8 milhões de dólares, crescimento de 93,6% e de 41,2%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado. No bimestre, as exportações para o país europeu somaram 3,64 milhões de pares e 8,64 milhões de dólares, alta de 24,1% em volume e queda de 2,7% em receita no comparativo com o mesmo período de 2024.

Rio Grande do Sul e Ceará e São Paulo

O principal exportador de calçados do Brasil segue sendo o Rio Grande do Sul. No bimestre, as fábricas gaúchas embarcaram 5,6 milhões de pares, que geraram 82,15 milhões de dólares, apontando quedas de 1% e de 2,7%, respectivamente, ante o mesmo intervalo de 2024.

Na sequência entre os estados exportadores aparecem o Ceará (8 milhões de pares e 42,57 milhões de dólares, crescimento de 20,3% e de 3,6%, respectivamente, ante 2024) e São Paulo (1 milhão de pares e 14,95 milhões de dólares, altas de 33,8% e de 17,6%, respectivamente).

Importações seguem elevadas

As importações de calçados estão em crescimento no ano. Em janeiro e fevereiro, entraram no Brasil 7,9 milhões de pares por 97,43 milhões de dólares, incrementos tanto em volume (+14,1%) quanto em receita (+7,4%) em relação ao mesmo período de 2024. As principais origens seguem sendo os países asiáticos. No primeiro posto aparece a China, de onde vieram 2,68 milhões de pares por 9,25 milhões de dólares, quedas de 2,8% e de 3,5%, respectivamente, ante o primeiro bimestre de 2024. Na sequência, aparecem o Vietnã (2,5 milhões de pares e 47,9 milhões de dólares, incrementos de 24,2% e de 9,2%, respectivamente) e Indonésia (1,48 milhão de pares e 23,5 milhões de dólares, altas de 47,25 e de 37%, respectivamente).

Em insumos de calçados - cabedais, saltos, solas, palmilhas etc - as importações do bimestre somaram 9,64 milhões de dólares, 21,7% mais do que no mesmo período de 2024. As principais origens foram China, Paraguai e Vietnã.

Taxações americanas e o reflexo nas exportações brasileiras

A respeito das possíveis taxações americanas por Donald Trump, Haoldo Ferreira fala para o FashionUnited: “o cenário ainda é bastante incerto, mas podemos dizer que, pelo menos de forma imediata, não tivemos reflexos positivos, já que as exportações para os Estados Unidos seguem estáveis em relação a 2024. A avaliação da Abicalçados é de que, ao mesmo tempo em que a taxação dos calçados chineses pode abrir espaço para o nosso produto nos Estados Unidos, é possível que o calçado chinês inunde outros mercados importantes para a indústria brasileira no exterior e até mesmo no ambiente doméstico. O certo é que o calçado chinês não ficará sem compradores”, justificou.

Resumo
  • As exportações brasileiras de calçados registraram crescimento nos primeiros dois meses de 2025, impulsionadas pela alta do dólar e pelo aumento das vendas para a Argentina.
  • Apesar do crescimento geral, as exportações para os Estados Unidos, principal destino, mantiveram-se estáveis, enquanto as importações de calçados no Brasil também aumentaram.
  • O Rio Grande do Sul continua sendo o principal estado exportador, seguido pelo Ceará e São Paulo, enquanto as importações de insumos para calçados também apresentaram crescimento.
Abicalçados
Calçados
exportações
Importações