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Exportações de calçados sofrem impacto devido ao cenário internacional

By Marta De Divitiis

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Negócios

Credits: Borderpolar Photographer/Unsplash

A queda do ritmo de crescimento somado à elevadas taxas de inflação dentro do quadro internacional têm impactado as exportações de calçados. De acordo com dados obtidos pela Abicalçados - Associação Brasileira das Indústrias de Calçados - apontam que em julho foram embarcados 8,18 milhões de pares, que geraram 101 milhões de dólares, com quedas em volume (31,3 por cento) e em receita (9,6 percentuais) em relação ao mesmo mês de 2022. No acumulado dos sete meses do ano, as exportações somaram 72,93 milhões de pares, que geraram 727,55 milhões de dólares, observando quedas de 16 por cento e 4,7 percentuais, respectivamente, ante o mesmo ínterim do ano passado. Mesmo com o revés, no comparativo com o mesmo período de 2019, na pré-pandemia, o setor ainda segue com índices positivos nas exportações, 11,4 por cento em volume e 28,3 percentuais em receita.

Haroldo Ferreira, presidente-executivo da Abicalçados, ressalta que a queda nas exportações de calçados é decorrente da menor dinâmica na economia internacional, especialmente nos Estados Unidos, agora o segundo principal destino do calçado brasileiro no exterior (ultrapassado pela Argentina). “Para a Argentina, que foi um dos motores do nosso grande crescimento no ano passado, os calçadistas também vêm encontrando dificuldades, especialmente em função dos problemas de acesso ao mercado de câmbio e o dilatado prazo para pagamentos das importações, que chega a meio ano”, comenta o executivo no release de divulgação. Segundo Ferreira, também pesam significativamente as elevadas taxas de juros internacionais para controle inflacionário, que continuam impactando na dinâmica do consumo interno dos países.

Credits: William William/Unsplash

Destino: Argentina, EUA e França

Principal destino no exterior para o calçado brasileiro, a Argentina importou, entre janeiro e julho, 9,36 milhões de pares, pelos quais foram pagos 149,5 milhões de dólares, apontando queda de 8,3 por cento em pares e incremento de 36,2 percentuais em receita quando comparado com o mesmo período do ano passado. O segundo destino dos sete meses foi os Estados Unidos, para onde foram embarcados 6,3 milhões de pares por 136,32 milhões de dólares, demonstrando quedas de 51,4 por cento em pares e de 34,6 percentuais em receita, ante mesmo intervalo de 2022. E por fim, o terceiro destino do calçado brasileiro no exterior foi a França, para onde foram embarcados 2 milhões de pares que geraram 36,7 milhões de dólares, quedas de 59 por cento em volume e de 10,3 percentuais em receita, quando comparado ao mesmo período de 2022.

Rio Grande do Sul, Ceará, São Paulo e Bahia

O Rio Grande do Sul lidera o ranking de estados exportadores. Entre janeiro e julho, partiram das fábricas gaúchas 21,43 milhões de pares, que originaram 328,36 milhões de dólares, demonstrando quedas de 16,6 por cento em volume e de 8,2 percentuais em receita, ante o mesmo intervalo do ano passado.

No segundo lugar entre os exportadores surge o Ceará, de onde foram embarcados 22,4 milhões de pares por 168,2 milhões de dólares, queda de 12,7 por cento em volume e incremento de 6,5 percentuais em receita no comparativo com o período correspondente de 2022.

Completam o ranking entre os principais exportadores de calçados, os estados de São Paulo, com 4,7 milhões de pares embarcados por 66,8 milhões de dólares, quedas de 24 por cento em volume e 14,2 percentuais em receita; e a Bahia, com o embarque de 2,57 milhões de pares e receita de 53 milhões de dólares, queda de 5,8 por cento em volume e incremento de 33,7 percentuais em receita na relação com o mesmo período de 2022.

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Haroldo Ferreira