Grupo Hyosung anuncia investimento de 200 milhões de reais no Brasil

Foi anunciado pelo grupo sul-coreano Hyosung, produtor de elastano, o investimento de 200 milhões de reais na ampliação de sua planta industrial no Brasil, localizada em Santa Catarina e que conta com 40 mil metros quadrados de área construída. Assim a empresa pretende aumentar 80 por cento de sua capacidade produtiva atual (hoje a produção é de 12 mil toneladas anuais e pretendem chegar a 22 mil toneladas), de acordo com o release de divulgação.

O gerente de marketing técnico para a América do Sul Jessé Moura disse ao FashionUnited que as atividades de ampliação da planta fabril já estão iniciadas, com previsão de término no segundo semestre deste ano. Com um quadro de 300 funcionários até então, a empresa contratou mais 150 empregados para início de trabalho já no mês que vem, fevereiro.

Consequências do Covid e tarifas de importação justificam expansão

A busca por peças de roupas confortáveis cresceu bastante durante o ano de 2020 devido ao isolamento social e à opção pelo home office por conta da pandemia. Como o elastano é uma fibra sintética com grande alongamento utilizada tanto em roupas esportivas como em peças casuais, houve um rápido aumento de demanda no mercado brasileiro. Assim o grupo decidiu expandir a planta fabril e aumentar a capacidade de produção.

Além das consequências do COVID-19 as tarifas de importação no Brasil justificam a base de produção no país garantindo a competitividade de preços. Outro motivo, de acordo com o release, é a fronteira brasileira com dez dos doze países da América do Sul e a grande extensão litorânea, características vantajosas para a exportação, especialmente para regiões mais próximas.

“O risco sem precedentes causado pelo COVID-19 agrava a incerteza e acelerou a velocidade da mudança”, disse o presidente da Hyosung, Cho Hyun-joon. Ele enfatizou: “em tempos de mudança, devemos transformar a crise em oportunidade, investindo continuamente em nosso futuro”. Por meio da expansão, a empresa pretende também fortalecer ainda mais sua presença no mercado nacional e no continente americano.

Além do investimento no Brasil, o grupo está expandindo suas fábricas na Turquia, estabeleceu fábricas na Índia e no Vietnã com o objetivo de atingir o mercado europeu e os países emergentes asiáticos. A ideia é ter plantas fabris em todos os continentes, mantendo a posição de líder global na produção do elastano (denominado creora), que conta com alta performance, durabilidade e resistência a altas temperaturas durante o processo de tingimento. Outra vantagem, de acordo com a nota de divulgação, é que o fio creora pode ser reprocessado sem o comprometimento de sua força e das características do produto têxtil.

Cuidados sanitários

Devido à pandemia a empresa adotou uma série de medidas visando a segurança sanitária de seus colaboradores. Assim há medição de temperatura na entrada dos turnos de trabalho; divisórias de acrílico em todos os pontos de trabalho, inclusive nas mesas do refeitório (onde são fornecidas luvas descartáveis e álcool 70 em gel para ser aplicado nas mãos antes da colocação das luvas); uso obrigatório de máscaras; redução de 50 por cento dos colaboradores durante transporte; medidas de intervenção imediatas quando é detectado algum sintoma em algum colaborador - além do isolamento do sintomático, são realizados testes em todos aqueles que tiveram contato com o portador dos sintomas. Além disso as reuniões passaram a ser online com os funcionários em seu próprio local de trabalho para que não haja aglomeração em salas fechadas.

A Hyosung é um grupo sul-coreano que conta com mais de 100 locais de trabalho localizados em 30 países, com 20 mil colaboradores no total. O elastano creora é produzido em 10 plantas industriais localizadas na Coréia do Sul, China, Turquia, Vietnã, Brasil e Índia. Em 2011 instalou no Brasil a mais moderna planta industrial do grupo, situada na cidade de Araquari, em Santa Catarina, com terreno de 250 mil metros quadrados. A unidade no Brasil é o ponto estratégico não só para produção e distribuição nacional, mas como base de produção e distribuição de elastano para países como a Argentina, Peru, Equador, Colômbia e Chile.

Fotos: cortesía Hyosung