Hermès vai aumentar preços nos EUA para compensar os 10 por cento de tarifas alfandegárias

Paris - O grupo francês de luxo Hermès vai aumentar os seus preços em maio nos Estados Unidos para compensar os 10 por cento de taxas alfandegárias, e divulgou um aumento de 8,5 percentuais no seu volume de negócios no primeiro trimestre de 2025, o qual atingiu 4,13 bilhões de euros.

A Hermès, que roubou na terça-feira da sua rival LVMH o título de empresa de luxo mais valiosa, com maior capitalização de mercado no fechamento do pregão em Paris, vai "compensar integralmente" o impacto dos 10 por cento de tarifas alfandegárias americanas, aumentando os seus preços de venda nos Estados Unidos "a partir de primeiro de maio e em todas as áreas de negócio", declarou o diretor geral de finanças do grupo, Eric Halgouët, que não especificou o montante deste aumento de preços.

"Será um aumento de preços complementar que estamos finalizando, mas que nos permitirá neutralizar este impacto", disse ele durante uma conversa com jornalistas.

O fabricante de artigos de couro já tinha aumentado os seus preços em nível mundial em "seis a sete percentuais" no início do ano, e normalmente só os aumenta uma vez por ano. No primeiro trimestre, as vendas do grupo foram impulsionadas pela região "Américas" (+13,3 por cento para 695 milhões de euros). "É um crescimento de dois dígitos, tanto nos Estados Unidos, no Canadá, no México ou mesmo no Brasil", detalhou Eric Halgouët.

Nos Estados Unidos, o início do ano "foi perturbado por eventos climáticos", como os incêndios em Los Angeles que levaram ao fechamento de duas lojas Hermès durante vários dias, "e eventos de neve em alguns outros estados bastante atípicos, como por exemplo, a Florida", disse ele. "Começámos o ano com um nível de estoques muito baixo nos Estados Unidos" antes de "terminar o trimestre com um mês de março muito bom e isto em todas as cidades", completou.

Na Ásia-Pacífico (excluindo o Japão), a Hermès obteve um volume de negócios com um aumento de 2,7 por cento, para 1,97 bilhão de euros. As suas vendas no Japão deram um salto de 17,9 percentuais, para 421 milhões de euros, graças à clientela local. O volume de negócios na Europa (excluindo a França) aumentou 12,7 por cento, para 501 milhões de euros, e as vendas na França deram um salto de 14,2 percentuais, para 357 milhões de euros.

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