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Importação de asiáticos reflete no nível de empregos no setor calçadista

By Marta De Divitiis

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Negócios

Fotos: cortesia Abicalçados

Segundo dados da Abicalçados - Associação Brasileira das Indústrias de Calçados - em janeiro foram criados apenas 1,3 mil postos de trabalhos em todo o Brasil, o pior índice dos últimos 14 anos. Nos últimos dois anos o saldo médio foi de 8 mil vagas criadas. A indústria calçadista fechou janeiro de 2023 com 297,7 mil pessoas empregadas.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, adverte que as importações asiáticas, especialmente as chinesas, têm provocado uma concorrência desleal no varejo brasileiro, uma vez que chegam com preços muito abaixo dos praticados no mercado. Os dados da entidade revelam que em fevereiro, as importações totais somaram 4,37 milhões de pares e 37,72 milhões de dólares, altas de 73 por cento em volume e de 32,8 percentuais em receita na relação com o mês correspondente de 2022. No bimestre, as importações totais acumularam 7,6 milhões de pares e 86,8 milhões de dólares, altas de 49 por cento e 65,5 percentuais, respectivamente, ante o mesmo período do ano passado.

Foto: cortesia Abicalçados

Calçados chineses chegam a 1,72 dólar o par

Em fevereiro entraram no Brasil quase 3 milhões de pares provenientes da China (quase 70 por cento do total importado), com um preço médio de apenas 1,72 dólar por par (o menor desde 1997). As altas são de 130,7 por cento em volume e de 9,7 percentuais em receita na relação com o mesmo período de 2022. “Claramente existe um processo de dumping - quando o preço praticado para a exportação é diferente do praticado no mercado interno -, o que provoca uma concorrência desleal com a indústria brasileira. É uma questão que estamos buscando resolver junto às autoridades e que, como os dados comprovam, já tem reflexo no nível de emprego”, diz Ferreira no release de divulgação, ressaltando que essa alta de calçados chineses pode gerar uma onda de demissões. Com o resultado de fevereiro, as importações chinesas somaram 4,32 milhões de pares e 11,44 milhões de dólares, incrementos tanto em volume (+66 por cento) quanto em receita (+21,2 percentuais) em relação ao mesmo bimestre de 2022. Isso tem ocorrido desde que a China flexibilizou a política de Covid Zero e voltou ao mercado, no início do ano.

Vietnã e Indonésia

Em seguida à China vem o Vietnã, a segunda origem das importações, em volume, no mês de fevereiro. De lá, foram importados 764,25 mil pares por 18,15 milhões de dólares, altas de 6 por cento em volume e de 39,2 percentuais em receita na relação com o mês dois de 2022. No bimestre, as importações de calçados do Vietnã somaram 1,9 milhão de pares, altas tanto em volume (+63,5 por cento) quanto em receita (+96,5 percentuais) quando comparado com fevereiro de 2022.

A terceira origem das importações brasileiras de calçados também ficou com um país asiático: a Indonésia. Em fevereiro, o Brasil importou 368,94 mil pares por 7,54 milhões de dólares, altas de 58,3 por cento em volume e de 60 percentuais em receita na relação com o mesmo mês no ano passado. No bimestre, as importações daquele país somaram 750,37 mil pares tanto em volume (+58 por cento) quanto em receita (+63,5 percentuais) ante o mesmo período do ano passado.

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