Indústria americana da moda publica carta contra novas tarifas de Trump contra a China
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Mais de 138 empresas de moda, acessórios e calçados dos Estados Unidos, além de 190 executivos do setor, enviaram nesta segunda-feira uma carta ao presidente dos EUA, Donald Trump, para manifestar seu repúdio à proposta de aumentar em 25 por cento as tarifas de importação para tecidos, roupas, sapatos e acessórios vindos da China. A carta da indústria da moda vem apenas três dias depois de uma carta similar, assinada por mais de 600 empresas incluindo os gigantes do varejo Walmart e Target, ser enviada à Casa Branca.
Entre as empresas de moda, calçados e acessórios assinando a segunda carta, estão a Gap, Ralph Lauren, Under Armour, Levi’s, PVH Corp (dona das marcas Calvin Klein e Tommy Hilfiger) e VF Corporation (que opera as marcas Vans, Timberland e Kipling, entre outras).
“A mera ameaça dessas tarifas já está prejudicando a nossa industria, pois os executivos estão lutando para encontrar maneiras de mitigar os possíveis danos que um aumento de 25 por cento nas tarifas causaria para o setor e os 4 milhões de americanos que emprega”, diz a carta. “Esse desafio fica ainda maior considerando as altas tarifas que o nosso setor já paga. Em 2018, a indústria de moda, calçados e acessórios pagou mais de 18 milhões de dólares em tarifas, o que representa quase 40 por cento de todas as tarifas recolhidas pelo governo americano, quando a nossa indústria representa apenas 6 por cento do total de importações feitas pelos EUA”.
Atualmente, cerca de 69 por cento das importações feitas pelo setor calçadista americano vêm da China. No setor de vestuário, os produtos chineses correspondem a 42 por cento das importações. “Embora nosso setor esteja procurando diversificar as importações e depender menos da China nos últimos anos, um esforço que continuaremos a fazer, as cadeias de produção não podem ser alteradas tão rapidamente. Não é tão fácil encontrar alternativas viáveis no curto prazo para mitigar os custos associados a um aumento tão significativo nas tarifas”, explica a carta.
Para as empresas que assinam a carta, toda a indústria da moda americana será prejudicada com as novas tarifas, do estilista até o fabricante, passando pelo comerciante, importadores e exportadores. “Não se engane”, dizem as empresas em sua carta ao presidente, “essas novas tarifas significam preços mais altos para os consumidores americanos, o que gerará uma queda nas vendas de roupas, sapatos e acessórios e consequentemente uma queda de empregos nos EUA. O prognóstico de curto prazo para o nosso setor, caso as tarifas sejam adotadas, é catastrófico”.
Entre os dias 17 e 25 de junho, o governo americano aceitará manifestações da população em relação à proposta de uma quarta onda de aumentos em tarifas contra produtos chineses, a qual incluirá produtos de vestuário, calçados e acessórios. Bolsas e artigos de couro já estão sob as novas tarifas desde maio.
Foto: Pixabay