Moda sofre 84 bilhões de reais em prejuízos no Brasil devido à pirataria
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Celebrado em 3 de dezembro, o Dia Nacional do Combate à Pirataria busca chamar atenção para o grave cenário de falsificações e réplicas que o mercado brasileiro enfrenta. De acordo com o FNCP - Fórum Nacional de Combate à Pirataria e Ilegalidade a participação do mercado ilegal no Brasil vem crescendo a cada ano. Nos últimos dez anos, as perdas de 15 setores aumentaram mais de 400 por cento, saltando de 100 bilhões para 441 bilhões de reais.
Segundo os dados apurados pelo FNCP, o setor de vestuário foi o mais afetado no país, contabilizando perdas de 84 bilhões de reais em 2023. A ABVTEX – Associação Brasileira do Varejo Têxtil ressalta a gravidade dos impactos da pirataria e falsificação no segmento.
“Esses números não podem ser ignorados. O impacto da pirataria vai além das perdas financeiras; ele afeta toda a cadeia produtiva, gera desemprego, reduz a arrecadação de tributos e compromete a qualidade dos produtos oferecidos ao consumidor. Precisamos de uma mobilização conjunta entre o governo e o setor para que a legislação em vigor seja cumprida e para que controles mais rígidos sejam implementados”, avalia Edmundo Lima, diretor executivo da ABVTEX, no release de divulgação.
Segundo Edson Vismona, presidente do FNCP e do ETCO - Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, o valor vai além de 441 bilhões de reais. “Tendo em vista que dos 50 setores mapeados pelo Fórum que sofrem com o mercado ilegal, só 15 reportaram suas perdas, somando os serviços que também sofrem com desvios ilegais, como a energia elétrica, água e telefonia, podemos afirmar que as perdas ultrapassam 500 bilhões de reais”, pondera no informe.
“Além de prejudicar as empresas que atuam na economia legal, os consumidores são igualmente prejudicados por produtos de baixa qualidade e que, por não respeitarem normas e regulamentos técnicos, afetam a saúde e segurança. Não bastassem esses danos para toda a sociedade, é certo que as organizações criminosas e milícias cada vez mais ocupam o espaço da ilegalidade, ofertando produtos com preços mais baixos por não pagarem impostos, ganhando competitividade e se financiando com os bilhões gerados pelo mercado ilegal”, complementa Vismona.
A ABVTEX defende que haja uma fiscalização rigorosa por parte dos órgãos competentes, como Inmetro, Anvisa e Anatel, para assegurar que todos os produtos disponibilizados no mercado brasileiro atendam aos mesmos padrões, conforme o que é exigido por lei. “Acreditamos que a promoção da isonomia regulatória é um passo importante para proteger os direitos dos consumidores, indústria e comércio nacional”, reforça Lima no informativo.
- O Dia Nacional do Combate à Pirataria destaca o crescimento alarmante de falsificações no Brasil, com perdas acima de 441 bilhões de reais.
- O setor de vestuário é o mais afetado, registrando perdas de 84 bilhões de reais em 2023, impactando a cadeia produtiva e o consumidor.
- A ABVTEX e o FNCP defendem fiscalização rigorosa e isonomia regulatória para combater a pirataria e proteger o mercado legal e o consumidor.