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Na celebração do Dia da Terra: Um resumo de alguns dos principais marcos da moda ecológica

By Rachel Douglass

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Negócios
Imagem para ilustração. Créditos: IA gerada por FashionUnited

O Dia da Terra chegou oficialmente e, face às complexidades do atual clima econômico e ambiental, parece que este evento nunca foi tão importante. O tema deste ano, ‘O Nosso Poder, o Nosso Planeta’, enfatiza a necessidade de focar na energia renovável. Os organizadores do evento apelam, portanto, para que a produção global de energia renovável seja triplicada até 2030, ao mesmo tempo que continuam a incentivar os consumidores, indústrias e organizações globais a apoiarem esta causa.

Nos seus 55 anos de existência, a relação intrínseca do Dia da Terra com a indústria da moda tem sido complexa, mas frequentemente produtiva, ajudando a impulsionar certas legislações e iniciativas que, tipicamente, visam mitigar o impacto desta indústria notoriamente poluente. Apresentamos aqui uma breve visão geral dessa história e alguns dos principais marcos alcançados ao longo do caminho.

1970: O nascimento do Dia da Terra

22 de abril de 1970 marcou o primeiro Dia da Terra. Com origem bipartidária e popular, a sua criação foi assinalada por manifestações por todos os EUA, nas quais pessoas – de agricultores a estudantes e sindicatos – protestaram contra a poluição, pesticidas e derramamento de petróleo, entre outras questões ambientais.

A sensibilização para estas preocupações já tinha começado a aumentar ao longo da década de 1960. No entanto, o derramamento de petróleo de Santa Bárbara, na Califórnia, em 1969, é frequentemente apontado como o ponto de virada desta causa. O Dia da Terra concretizou-se sob a orientação do senador Gaylord Nelson, que tinha testemunhado o vazamento de petróleo, e que acabou por se juntar ao ativista de Stanford, Denis Hayes, para organizar o projeto.

A sua formação é frequentemente creditada como tendo influenciado a criação da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) dos EUA, em dezembro de 1970, com leis ambientais marcantes a serem aprovadas nos anos seguintes, incluindo a Lei da Água Limpa, em 1972, e a Lei das Espécies Ameaçadas, em 1973.

Década de 1980: Industrialização e produção

Embora “sustentabilidade” e “ecológico” ainda não tivessem entrado no vocabulário geral de muitos, a sensibilização para estes temas já tinha começado a crescer na década de 1980. Isto tornou-se particularmente evidente quando a produção no exterior barata se tornou o padrão para as marcas de moda ocidentais, como parte de uma tendência de globalização mais ampla.

Em 1989, no entanto, grupos de trabalhadores e jornalistas começaram a relatar as condições de trabalho nas fábricas no estrangeiro, tornando-se um tema midiático dominante na década de 90. No final da década, certas organizações associadas a este movimento começaram a formar-se, como a Clean Clothes Campaign, com sede nos Países Baixos, e o grupo de defesa Global Exchange.

Créditos: Clean Clothes Campaign

Década de 1990: Líderes da indústria pioneiros nos primeiros movimentos de moda ecológica

Algumas marcas já estavam bastante à frente no que diz respeito à implementação de movimentos ecocêntricos. A Esprit, por exemplo, lançou a sua primeira ‘Ecocollection’ em 1992, utilizando materiais reciclados e orgânicos. A Patagonia, entretanto, começou as suas primeiras experiências com poliéster reciclado e, no início da década de 90, tinha começado a formular compromissos com causas ambientais. A marca também tinha começado a produzir lã feita de garrafas de plástico PET recicladas, uma conquista revolucionária na época.

Tais avanços contrastavam com a prevalência de alguns grandes escândalos de fábricas clandestinas em marcas globais. No início da década de 1990, a Nike, por exemplo, foi acusada de trabalho infantil e abuso físico nas suas fábricas no Vietnam e na China, levando a boicotes e protestos à marca de roupa desportiva. Tais questões resultaram no reconhecimento mais amplo das campanhas de ONG de Comércio Justo e livres de clandestinidade.

Década de 2000: A ‘slow fashion’ começa o seu reinado

Estas ONGs continuaram a ter grande influência na década de 2000, impulsionando novas explorações na transparência laboral e experimentação com tecidos orgânicos. Uma pessoa que liderou o caminho durante este período foi Stella McCartney que, após uma passagem pela Chloe, lançou a sua marca homônima com base na “moda livre de crueldade”, com a sustentabilidade no seu cerne.

Em 2007, o termo “slow fashion” foi finalmente cunhado. Kate Fletcher, professora da University of the Arts London, introduziu o conceito no seu artigo em The Ecologist, emprestando a ideia do Slow Food Movement, que foi inicialmente fundado em 1986.

Outras iniciativas associadas ao movimento de sustentabilidade, agora em rápido crescimento, também começaram a ser implementadas. Em 2009, foi formada a SAC - Sustainable Apparel Coalition – agora conhecida como Cascale – reunindo líderes da indústria com a missão de mitigar os danos da moda ao meio ambiente.

Década de 2010: Desastres avançam a sensibilização

Na década de 2010, a moda sustentável tornou-se mainstream. Foi também nesta década que um sentimento de urgência em relação às questões éticas e ambientais começou a aumentar. Isto ocorreu, em grande parte, após o colapso do Rana Plaza, em Bangladesh, em 2013, que matou mais de 1.100 trabalhadores do vestuário e que, desde então, foi considerado um ponto de virada na abordagem da moda ética.

Jeans Redesign Project. Créditos: The Ellen MacArthur Foundation.

Foi durante esta década que muitas organizações de moda com foco ecológico começaram a formar-se. A Ellen McArthur Foundation foi uma delas, assim como a Fashion Revolution, um movimento que pretendia promover a transparência na indústria, instando os consumidores a fazerem a pergunta “Quem Fez as Minhas Roupas”. A organização estabeleceu, então, o Fashion Revolution Day um ano depois, em 24 de abril, para homenagear as vítimas da tragédia do Rana Plaza. Em 2016, as Nações Unidas também lançaram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável com a missão de impulsionar as marcas de moda a alinharem-se com as metas globais de sustentabilidade.

Algumas marcas defenderam ainda mais a sustentabilidade – desde a campanha ‘Não Compre Esta Jaqueta’ da Patagonia, em 2011, até à ‘Climate Revolution’ de Vivienne Westwood na cerimónia de encerramento dos Jogos Paralímpicos de Londres, passando pela sessão fotográfica de Stella McCartney num aterro sanitário. Outras, entretanto, começaram a enfrentar um escrutínio crescente sobre as suas práticas, particularmente à medida que a ideia de ‘greenwashing’ começou a ganhar força. No final da década, a Burberry estava lutando contra alegações de que estava queimando roupas não vendidas, enquanto a H&M tinha atraído críticas pelos seus estoques.

Em 2019, outro marco importante foi concretizado: a criação do Fashion Pact. Com ligações ao One Planet Summit, a iniciativa foi apresentada aos Chefes de Estado na Reunião de Cúpula do G7 em Biarritz pelo presidente francês Emmanuel Macron como uma coligação global de empresas das indústrias da moda e têxtil que se comprometeram com metas ambientais importantes. A iniciativa cresceu desde então para mais de 75 membros. A ONU reforçou este compromisso com a introdução da Aliança para a Moda Sustentável na Assembleia do Ambiente de 2019. A organização afirmou que esperava que o projeto ajudasse a impedir práticas ambientalmente destrutivas.

Década de 2020: Regulamentação, legislação, pactos e revenda

A década de 2020 assinalou o 50.º aniversário do Dia da Terra, para o qual inúmeras marcas de moda lançaram iniciativas de sustentabilidade para celebrar. No ano seguinte, a Earthday.org lançou a sua campanha ‘Fashion for the Earth’, abordando o impacto ambiental da indústria através de projetos educacionais, como a calculadora da pegada da moda. Desde então, o evento começou a aumentar os seus laços com a moda através de várias campanhas, projetos e iniciativas.

Foi no início da década de 20 que mais regulamentação e legislação começaram a ganhar destaque. Nos EUA, cada vez mais estados começaram a iniciar proibições de produtos nocivos como os PFAS (grupo de produtos químicos sintéticos que possuem propriedades de resistência à água, gordura e calor), enquanto alguns também introduziram projetos de lei que priorizam a transparência e os direitos dos trabalhadores, como a Lei de Responsabilidade de Dados Corporativos sobre o Clima da Califórnia, aprovada em 2023. Na UE, entretanto, as empresas estão preparando-se para enfrentar uma nova onda de regulamentação, nomeadamente sob a forma do Passaporte Digital do Produto, que exigirá que as empresas divulguem certas informações de base sobre a produção dos seus produtos.

Este artigo foi traduzido para português com o auxílio de uma ferramenta de IA.

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Em resumo
  • O Dia da Terra tem uma longa história de influência na indústria da moda, impulsionando legislação e iniciativas para mitigar o impacto ambiental.
  • Desde a década de 1970, com o surgimento do movimento ambiental, até os anos 2000, com o conceito de 'slow fashion', a conscientização sobre sustentabilidade cresceu constantemente.
  • A década de 2010 foi marcada por desastres como o colapso de Rana Plaza, que aumentaram a urgência em relação a questões éticas e ambientais, levando à formação de organizações e iniciativas como o Fashion Pact.
DIA DA TERRA
Moda circular
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