O grupo IKKS é adquirido com redução de empregos

Em recuperação judicial, o grupo francês de prêt-à-porter IKKS encontrou um comprador, mas terá seu quadro de funcionários reduzido pela metade, com a perda de cerca de 500 empregos, segundo a oferta de aquisição validada pelo tribunal de atividades econômicas de Paris na sexta-feira (12).

546 empregos diretos de um total de 1.094

A manutenção de 546 empregos diretos dos 1.094 na França e de 119 pontos de venda: é o que propõe a oferta de Santiago Cucci, atual presidente da holding HoldIKKS e executivo experiente da indústria têxtil, e de Michaël Benabou, cofundador da Veepee (antiga Vente-privée), validada pelo tribunal, segundo uma sentença consultada pela AFP.

Como explicou Vincent Redrado em outubro de 2025, fundador da DNG – The Consumer Consulting Firm, ao FashionUnited, o caso da IKKS não é um simples revés conjuntural ligado à inflação ou à concorrência da Shein e da Temu. Ele revela o fracasso de um modelo econômico que não soube equilibrar seus custos fixos e seu apelo de desejo fashion.

Vincent Redrado, cujo escritório DNG assessora marcas como Fusalp, Eric Bompard e Zadig et Voltaire, identifica três problemas estruturais que levam inevitavelmente à cessação de pagamentos: a dependência fatal do varejo físico, a degradação da imagem da marca e o impacto acelerador da lógica de LBO (compra alavancada, na sigla em inglês - estratégia financeira, quando se adquire uma empresa com parte do capital emprestado (alavancado) e uma porção menor de capital próprio).

Este artigo da AFP foi editado pela redação do FashionUnited.