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Fotógrafo Miro celebra 45 anos de carreira com exposição em SP

By Marta De Divitiis

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Cultura

Amplamente reconhecido o fotógrafo Miro, que já assinou fotos de campanha de marcas como a Forum, Zoomp, Maria Bonita, Huis Clos e Walter Rodrigues, está comemorando 45 anos de carreira. E para celebrar a data a Galeria Jarouche, nos Jardins, em São Paulo, está realizando uma exposição do artista até dia 10 de outubro. Quem quiser pode agendar uma visita e observar as 12 fotos, três das quais com ampliação de 1m92 de altura.

A mostra deveria ter sido inaugurada ainda em março, mas devido à pandemia foi adiada. Agora, além da visita in loco, é possível fazer um tour virtual no site da Micasa. A mostra também foi filmada e reproduzida em óculos virtuais, enviados a um mailing de clientes da galeria.

As imagens dessa exposição, todas em preto e branco, foram produzidas durante os anos de 1970 e 1980, quando Miro iniciava na profissão. “Hoje eu percebo o quanto é bom rever esses trabalhos que, quando realizei nem imaginava que seriam atuais hoje. Como é bom ter feito no mercado publicitário imagens que ficarão para sempre. É o que me motiva a continuar trabalhando, esse é um grande estímulo,”disse Miro, por telefone, com exclusividade ao FashionUnited.

Apresentação de Washington Olivetto

O fotógrafo conta que solicitou ao publicitário Washington Olivetto que fizesse um texto apresentando a exposição. De Londres, Inglaterra, onde se encontra Olivetto, ele mandou o texto a seguir, na íntegra.

"Jacques-Henri Lartigue, Henri Cartier Bresson, Sebastião Salgado, Richard Avedon, Pierre Verger, Robert Capa, Walter Firmo, Helmut Newton, W. Eugene Smith, Otto Stupakoff, Patrick Demarchelier, Alberto Korda, Evandro Teixeira, Elliott Erwitt, Brassaï, Bob Gruen, Annie Leibovitz e Azemiro de Souza, o Miro.

Grandes fotógrafos sempre amaram o preto e branco. A melhor explicação para essa paixão, ensina que quando alguém vê uma foto colorida, o cérebro automaticamente lança uma série de comandos para que os olhos possam entender todas as cores que existem na imagem. Azul, amarelo, vermelho, diferentes tons e texturas. Isso faz com que inconscientemente o observador perca a concentração. Ele pode até achar que está vendo a imagem como um todo, porque está enxergando tudo que existe nela, mas por conta da variedade das cores, o foco não está naquilo que está sendo retratado de fato.

Já no preto e branco é diferente. A ausência das cores significa ausência de informação: com a ausência de informação o foco se amplia e o observador consegue, dessa forma, enxergar tudo, de fato. Miro sempre soube dessa superioridade do preto e branco, na teoria e na prática. No racional e no intuitivo.

Extremamente culto e informado, mesmo convivendo durante anos com uma surdez precoce, Miro sempre ouviu absolutamente tudo. E sempre falou pouco e baixo. Apenas o necessário. Suas fotos não valem por mil palavras porque são feitas para dizer única e exclusivamente o que deve ser dito. Sem verborragias visuais.

Essas 12 grandes fotos, que para esta exposição se transformaram também em 12 fotos grandes, foram feitas por Miro nos anos 1970, quando seu trabalho era considerado moderno. O tempo provou que na verdade já era eterno,”conclui.

Azemiro de Souza, conhecido por Miro, nasceu na cidade de Bebedouro, São Paulo em 1949 e em 1969 tornou-se fotógrafo. Viveu em Paris, França, tendo se destacado na fotografia de moda das mais importantes revistas do segmento. Hoje é referência tanto na fotografia de moda como na publicitária.

Fotos: cortesia Miro

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