4ª. edição da Bfshow se destaca por recorde de visitantes e fechamento de negócios
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A Bfshow reuniu 353 marcas brasileiras entre os dias 19 e 21 de maio, no Distrito Anhembi, na capital paulista e ficou marcada pela concretização de negócios in loco. Expositores destacaram a efetividade da visitação recorde de mais de 12,3 mil compradores, sendo 1,2 mil deles de 60 países. O volume de negócios ainda não foi divulgado, mas de acordo com expositores, foi bastante satisfatório. A feira é realizada pela Abicalçados - Associação Brasileira das Indústrias de Calçados sob a organização da NürnbergMesse Brasil.
Durante o evento foi lançado o Relatório Setorial Calçados 2025, já em sua décima edição, uma publicação que engloba dados detalhados do segmento como produção, exportação, número de empregos gerados, dados por polos produtivos e projeções, entre outros.
O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destacou que o evento demonstrou a força da produção nacional de calçados, a quarta maior do mundo e a maior do Ocidente. “O Brasil é uma grande vitrine mundial de calçados com design, inovação e sustentabilidade. A Bfshow, onde tivemos empresas que respondem por mais de 70 por cento de toda a produção nacional, foi uma demonstração muito clara disso. Os compradores, além de virem em número expressivo, efetivaram negócios”, comentou Ferreira, acrescentando que o “termômetro” apresentado na feira permite o otimismo do setor, que deve crescer mais de 2 percentuais em 2025, alcançando uma produção de mais de 940 milhões de pares de calçados.
Negócios promissores no segmento infantil
Andrea Kohlrausch, presidente da Bibi Calçados, de sapatos infantis, falou para o FashionUnited que a empresa iniciou o ano com forte investimento na modernização total na fábrica de injetoras, que fabricam todos os solados na unidade da Bahia (a empresa conta também com unidade fabril no Rio Grande do Sul). “De três anos para cá desenvolvemos a modernização, desde as injetoras de EVA e termoplásticas, entre outras melhorias”.
No varejo a empresa reinaugurou uma loja conceito na frente da sede, no caminho para Gramado (cidade turística do RS), que foi chamada de “Bibiland”. A loja tem o formato de uma caixa de sapatos e dentro, brinquedos para as crianças, espaço para pais e mães e tem sido um grande sucesso.
No primeiro quadrimestre de 2025 a Bibi investiu aproximadamente 5 milhões de reais, 1 milhão e meio na Bibiland. Estão abrindo um outlet em São Roque (Interior de São Paulo), o segundo neste modelo de negócios. “Estamos crescendo aproximadamente 10 por cento neste quadrimestre”, explicou a executiva.
A Bibi está tentando se inserir dentro do mercado americano, sendo que tem feito parcerias com lojas específicas. “Passo a passo estamos buscando colocar nosso conceito e nossa marca nos EUA”, conclui a presidente.
Ricardo Gracia, diretor acionista da Kidy Calçados, líder de mercado no manufaturado, com produção de 14 mil pares/dia. “A expectativa de faturamento este ano está em 156 milhões de reais, com 3,8 milhões de pares, exportando para 32 países. Apesar do mercado estar recessivo, crescemos devido à nossa estratégia de aumentar o mix de produtos, incluindo novos segmentos como brinquedos e aumentamos a linha de tênis”, falou para o FashionUnited.
Estão presentes em 9 mil lojas multimarcas e estão presentes em todas as plataformas digitais, além do e-commerce próprio. “Vendemos em Lives de Venda na Shopee e no TikTokShop, este último em teste de horário”, explicou o diretor. "A exportação responde por 11 por cento e estamos trabalhando para chegar a 20 percentuais", avaliou. No primeiro dia de feira receberam 13 representantes internacionais.
Tênis, sapatos femininos e chinelos em crescimento
Rodaika Diehl, diretora da Sugar Shoes, que trabalha com marcas como a Coca-Cola, Colcci e Aramis, além da Diversão, marca própria infantil. A empresa conta com seis unidades fabris (duas no RS e quatro no CE), é verticalizada e produz 8 milhões de pares por ano, sendo 10 por cento deste montante para exportação. 50 por cento do negócio são as marcas licenciadas – Coca-Cola, Colcci e Aramis; 25 por cento nas marcas próprias como a Diversão, de calçados infantis. Os 25 percentuais restantes sõ dedicados ao private label. De acordo com Rodaika a perspectiva de faturamento para o ano de 2025 é de 500 milhões de reais.
José Osterno Filho, diretor comercial da Di Valentini, de calçados femininos, projeta para 2025 a produção de 1,6 milhão de pares. “A empresa cresceu, de 2024 para 2025 12 por cento e nosso objetivo é aumentar a exportação, que representa 10 por cento de nossa produção. Recentemente tivemos a visita na fábrica de um grupo de compradores australianos”, disse o executivo para o FashionUnited. A Di Valentini exporta para 43 países, com forte presença na América do Sul. Até o fim de 2025 a expectativa de crescimento é de oito por cento.
Fernando de Rosa, presidente da Havaianas Brasil, explicou os resultados do primeiro trimestre de 2025, que teve um Ebtida (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) 4 vezes maior do que o mesmo período do ano passado, “o melhor da companhia nos últimos 5 anos, reforçando os pilares da empresa para o mercado. Estamos buscando a eficiência operacional, focando nos canais especializados, linhas masculinas e infantis e protegendo nossa linha feminina que tem 90 por cento de participação de mercado. Estamos apostando nos canais especializados como os multibranding que temos nesta feira e monobranding (nossas lojas próprias). Contamos atualmente com 600 lojas próprias e planejamos atingir 1000 delas nos próximos três anos”, disse Rosa para o FashionUnited.
A próxima edição da BFSHOW acontece entre os dias 10 e 12 de novembro, no Distrito Anhembi, em São Paulo/SP. Já a edição de maio de 2026 acontecerá entre os dias 18 e 20, no mesmo local.
- A Bfshow reuniu 353 marcas brasileiras e atraiu mais de 12,3 mil compradores, incluindo 1,2 mil de 60 países, impulsionando negócios no setor calçadista.
- Empresas como Bibi Calçados e Kidy Calçados estão investindo em modernização, expansão e diversificação de produtos para impulsionar o crescimento, inclusive no mercado internacional.
- Marcas como Sugar Shoes, Di Valentini e Havaianas estão focadas em aumentar a produção, expandir as exportações e fortalecer sua presença no mercado, com projeções otimistas para 2025.