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Edição 48 da Casa de Criadores coloca em pauta questões sociais

By Marta De Divitiis

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Feiras

Evento de moda independente, a Casa de Criadores tem em seu DNA o apelo criativo de designers alternativos, além de colocar em pauta questões importantes como as de gênero e problemas sociais. E na edição 48, a segunda que acontece via plataforma na internet por conta da pandemia do Covid-19, não foi diferente.

As 36 apresentações aconteceram em formato de filmes fashion e trouxeram várias questões que passaram desde a ressignificação de peças por meio de reutilização de materiais, no trabalho de Vicenta Perrotta, que abriu a semana, até o protesto contra as políticas públicas em relação à população de rua, na Estamparia Social, que preferiu fazer um filme manifesto mostrando a distribuição de moletons aos desabrigados a uma coleção formal. A Trashrealoficial veio com biquinis e peças justas dando visibilidade a pessoas trans.

Construções amplas e mix de tecidos

Mas o evento não trouxe apenas essas questões políticas e polêmicas. Assim pudemos observar modelagens construídas sem numeração, para vestir os mais diferentes corpos como no Studio Elias Kaleb, que trabalhou com babados. A importância da ancestralidade foi desenvolvida num trabalho sofisticado de Mônica Anjos, que trouxe vestidos trespassados e detalhes de macramê. Além disso, Jorge Feitosa trabalhou a sustentabilidade, por meio de patchwork de tecidos em peças de corte amplo. Outros que vieram com mix de tecidos foram a Berimbau Brasil e o Ateliê Criativa Vou Assim.

A amplidão de formas esteve presente em Dario Mittimann, em contraponto a peças justas; em Rober Dognani, que trabalhou volumes exagerados, vestidos por personagens da noite paulistana, maquiados como extraterrestres. Já KF Branding (foto de abertura da matéria) veio com formas amplas em peças como paletós e pantalonas, em alfaiataria. Diego Fávero apresentou casacos almofadados, que nos remetem ao conforto que buscamos em tempos difíceis. Leandro Castro na apresentação Luz mostrou looks de casado e pantalona brancos, com detalhes de dobraduras e cordões.

Detalhes artesanais

Os detalhes artesanais estiveram muito presentes, seja na saia em crochê da Brocal, no maiô masculino de Rafael Caetano, nos fuxicos que a Thear usou em vestidos e outras peças. Diego Gama apresentou um look branco que ora parecia crochê, ora macramê ( ou a junção de ambos). Estampas localizadas, como feitas à mão detalharam jaquetas de corte quadrado da Shitsurei. O Estúdio Traça ofereceu várias possibilidades de uso de uma saia e jaqueta com zíper frontal. A Notequal usou alinhavos formando frases como se fossem estampas.

Gefferson Vila Nova trabalhou em boas modelagens e looks confortáveis, com detalhes de elástico na cintura e bolsos chapados, tanto no masculino como no feminino, com inserção de macramê. Destaque para o colete estilo Perfeito e no moletom sem mangas. Teodora Oshima usou nervuras em detalhes, assim como torção e amarração de tecidos formando peças bem confeccionadas.

Jal Vieira buscou na matéria prima diferente como cadarços e tecido sintético com aparência de couro para trazer looks interessantes. Vivão veio com drapeados e assimetria. Dendezeiro fechou o evento mostrando um cast variado, com camisas, calças e quimonos em tonalidades de marrom. Destaque para o macaquinho com meias e gola que se torna máscara quando levantada.

Fotos: cortesia Casa de Criadores

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