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A carioca Zsolt faz da sustentabilidade seu foco

By Marta De Divitiis

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Moda

A Zsolt (fala “Zou-ti”), marca nascida em 2014, dos sócios Bruno e Thatiana Schott, com um investimento inicial de 6 mil reais, propõe uma moda mais consciente e gentil com o planeta, que valoriza os processos manuais. Suas peças são fruto de extensa pesquisa no uso dos tecidos e no tingimento manual. Os retalhos destes tecidos também são transformados em matéria-prima, na linha Patchwork, numa trama que reutiliza cada um deles para produção de novos produtos, sem geração de resíduos têxteis ou uso excessivo da água.

Para Thatiana cada recurso da natureza economizado conta. “O princípio da Zsolt parte da transformação do que poderia ser resíduo têxtil em aterros ou incinerado em peças de design sustentável, de aspecto atemporal e durável. As peças da marca são tingidas artesanalmente e secas ao sol, sem consumo de energia”. De acordo com consulta feita ao Sebrae, este processo causa um menor impacto do que os produtos que utilizamos em nossa higiene diária, como pastas de dentes, sabonetes e outros.

Baseado no conceito japonês wabi-sabi ("quietude" e "simplicidade"), relacionado às doutrinas do Zen budismo de viver uma vida despojada e desapegada, a marca carioca dedicou mais de 10 anos à pesquisa dos processos de tingimento artesanal e aplica diversas técnicas e formas no desenvolvimento de sua estamparia: “O handmade stamping, processo de estamparia íntima, feita uma a uma, de forma manual e extremamente artesanal, revela essa investigação sobre formas e seu impacto sobre a maleabilidade da malharia de algodão, sem perder de vista o conforto e a usabilidade”, dizem os sócios.

Algodão certificado e equidade de gênero

“Trabalhamos com fios de algodão de origem certificada, produzidos no Brasil, e seguimos todas as orientações ambientais, de segurança e trabalhistas: tingimentos de origem certificada colourtex, que garante o cumprimento da legislação ambiental vigente no Brasil, uso de amaciantes especiais à base de castanha do Pará e livres de silicone", diz Bruno no release de divulgação.

O resultado são peças – femininas, masculinas e “roupas de casa” – com aspecto natural e estampadas manualmente, reforçando seu caráter atemporal e uma alternativa para a falsa necessidade de trocar o guarda-roupa a cada estação: produzir roupas que durem mais. Peças carregadas de significados, algumas com a herança de outras tramas que iriam ser descartadas e se juntam para formar um novo tecido, um novo uso.

Com uma produção de 200 peças por mês, a empresa, que gera 7 empregos diretos e 6 indiretos, não segue o tradicional calendário da moda, uma vez que trabalha com peças atemporais. Segundo Bruno falou com exclusividade para o FashionUnited, a marca busca representatividade em todos os aspectos, da direção criativa à contratação de funcionários de meia idade e idade mais avançada.

Fotos: cortesia Zsolt

Bruno Schott
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