• Home
  • Notícias
  • Moda
  • Abit apresenta panorama e expectativas do setor têxtil e de confecção

Abit apresenta panorama e expectativas do setor têxtil e de confecção

By Marta De Divitiis

loading...

Scroll down to read more
Moda

Em coletiva virtual Fernando Pimentel, presidente da Abit - Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção - apresentou o panorama do primeiro semestre de 2020 do segmento, assim como as expectativas para a segunda metade do ano.

O executivo mostrou inicialmente um panorama geral do setor no Brasil, que de acordo com estudos do IEMI - Inteligência de Mercado, Instituto de Estudos e Marketing Industrial, faturou 185,7 bilhões de reais em 2019. Segundo os dados coletados gerou 16,5 bilhões de reais em impostos e foi responsável por 1,5 milhão de empregos diretos. "O país ainda preserva uma cadeia produtiva completa e integrada, embora as sucessivas crises tenham aumentado sua porosidade,”explicou Pimentel.

No quadro produtivo há uma grande pulverização de companhias, com grande prevalência de empresas com 5 a 9 funcionários. O executivo enfatizou também que devido à carga tributária e trabalhista ainda existe muita subcontratação no setor. 91 por cento das confecções são micro e empresas de pequeno porte, sendo que no segmento têxtil o percentual cai para 82 por cento.

Performance do setor no primeiro semestre de 2020

De janeiro a junho deste ano houve perdas de negócios começando pelo comércio, devido ao isolamento social imposto pelas autoridades sanitárias estaduais por conta da pandemia. A produção de vestuário caiu 36,6 por cento em relação ao mesmo período do ano passado. O varejo teve queda de 38,6 percentuais de janeiro a maio e houve a perda de 70 mil postos de trabalho. As exportações caíram menos que as importações (8,4 por cento e 23,75 percentuais respectivamente, em relação a 2019). Segundo o presidente da entidade a recuperação ainda se encontra incipiente.

O varejo de vestuário, de primeiro de março a primeiro de agosto, caiu 57,6 por cento em relação ao mesmo período do ano passado. No mapa de calor onde se analisam todos os dados, desde a produção, o emprego, os investimentos até as expectativas sobre vendas, produção, emprego e exportação entre outros, a pandemia fez com que esse mapa caísse de 93 por cento em fevereiro e março para 7 percentuais em abril, maio e junho sendo que em julho subiu para 13 por cento. “Embora os índices de confiança estejam aumentando, não existe nenhum grau de certeza devido à COVID-19,” justificou Pimentel.

As expectativas apontam para um crescimento da produção em 2021 em 8,1 por cento, com aumento das vendas internas em 6,8 por cento e a criação de 17 mil vagas de empregos formais. “A recuperação em 2021 vai acontecer dentro de um cenário de queda,” esclareceu.

Temas para o enfrentamento da crise

Entre os itens abordados para que o setor enfrente essa crise com mais possibilidades de ação há os créditos, com juros ainda altos e a dificuldade em se chegar às pequenas e médias empresas. Além deles, a energia elétrica, com pagamento sobre consumo e não sobre demanda contratada até o final de 2020; a aprovação da proposta de crédito do BNDES de 18 bilhões de reais oferecendo liquidez ao setor e o programa de renegociação extraordinária de dívidas com a União (PREX - Brasil). A utilização dos créditos fiscais para pagamentos de tributos, que possam servir como garantias bancárias além de acordos internacionais estão na lista.

Foram citadas também as reformas estruturantes como a tributária; redução do custo sistêmico do Brasil; o novo marco regulatório do setor elétrico (PLS 232/2016); o Leilão 5-G; continuidade das reformas trabalhistas; o saneamento (PL4162-2019); a PL do gás (abertura do mercado 6407/2013); os leilões de infraestrutura e a reforma administrativa (texto ainda não encaminhado pelo Poder Executivo.)

Segundo semestre de 2020

O executivo falou sobre a Semana do Brasil, a ser comemorada agora em setembro com descontos em lojas e a Black Friday, sendo que o segmento, um dos últimos a participar da iniciativa, acredita que a Black Friday pode comprometer as vendas de Natal. “A Semana do Brasil esse ano tem um caráter desolador; pode auxiliar as empresas, mas vale lembrar que há um acúmulo de estoque,” explicou. "Esse ano a liderança dela está no setor privado e a Abit está engajada para fazer dela uma semana produtiva,” disse.

Nas considerações finais Pimentel ressaltou o enorme desafio que temos para enfrentar, nenhum com tamanha magnitude. “Sairemos machucados emocionalmente e monetariamente, mas tenho a crença que nossa indústria costuma superar todas as dificuldades. Temos um mercado interno grande, sub-consumidor. Há uma base de consumidores que está subindo e não há como trabalhar fora de uma agenda de sustentabilidade. Temos que ter projetos e visão de futuro, inovando em todas as camadas produtivas,” finalizou.

Fotos: Ethan Bondar, Henry&Co, BeccaMcHaffie, Ashkan Forouzani/Unsplash

ABIT
Coronavirus
Fernando Pimentel
Spotlight