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Atitu - marca autoral nascida na pandemia tem crescimento exponencial

By Marta De Divitiis

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Moda

Aos 23 anos, Júlia Loyola está à frente de uma marca autoral e atemporal, a Atitu, nascida durante a pandemia como e-commerce (em agosto de 2020) e que rapidamente ganhou clientes, um espaço próprio num dos bairros mais elegantes de Vitória, no Espírito Santo e já desfilou em Nova Iorque e Paris.

Formada em Direito, primeiro lugar no exame da OAB - Ordem dos Advogados do Brasil, a empresária contou ao FashionUnited que durante a faculdade sentia falta de roupas que transitassem entre seus vários compromissos: da faculdade para o estágio num escritório de advocacia e de lá para um happy hour com as amigas. “Sentia falta de peças curinga, que pudessem estar em várias situações diferentes”, contou. Ao mesmo tempo, sempre gostou de moda (sua avó Rosemeire vendia roupas e a proximidade com a neta fez com que esta se interessasse pelo universo fashion).

Durante as férias do último período da faculdade, ela se inscreveu e fez o curso Produto de Moda e E-commerce da Faculdade Belas Artes, em S. Paulo, para se instruir mais a respeito. Foi o início da Atitu (“o nome vem de atitude da minha transição de carreira, desbravando um mundo novo e começando do zero”, conta).

Da necessidade à solução

Segundo Júlia, ela resolveu criar peças unindo o que precisava e não encontrava no mercado. “Sanei minha dor por meio da minha marca”, diz. Assim desenvolveu peças que, de acordo com ela, escrevem uma nova história. “Quero vestir mulheres que se sintam acolhidas, cuja roupa passe credibilidade e autoestima”, fala.

Criado o e-commerce, a diretora criativa sentiu que era preciso experimentar as peças e estreitar os laços com as clientes. Assim, a princípio, colocava a coleção em seu carro e levava pessoalmente na casa das consumidoras, inicialmente amigas próximas. A estratégia deu resultado e, com uma divulgação boca a boca, logo a Atitu ganhou fama, vestindo filhas e mães.

O atendimento personalizado indo de casa em casa foi crescendo e já no segundo mês de funcionamento ela passou a atender 10 clientes por dia. Foi quando pensou que seria melhor contar com um espaço próprio. “Senti que as vendas presenciais eram mais fortes que as digitais”, explica. Assim, em 2021, cinco meses após iniciar, ela abriu a loja de 60m2, um espaço conceito. Recebe as clientes com horário marcado, de duas em duas horas, para dar oportunidade de cada uma experimentar as peças, tranquilamente, ficando mais à vontade.

Desfiles internacionais e parcerias

Convidada pelo Flying Solo, plataforma de designers autônomos, desfilou em 2021 em Nova Iorque, vendendo suas peças na loja própria da plataforma, no bairro do Soho.

Foram 8 looks desfilados, com 12 peças. Foi um sucesso, todas as roupas que enviou para o showroom (foram 40 peças por modelo) foram vendidas. A mesma plataforma a convidou então para desfilar em Paris, França, o que aconteceu em fevereiro de 2022.

A visibilidade que ganhou com ambos os desfiles foi a cereja do bolo, nas palavras da diretora criativa. Ao mesmo tempo houve uma valorização por parte das clientes. Hoje faz apenas 25 peças por modelo. Tem um estoque pequeno, para poder cuidar de todos os detalhes. Já fez três parcerias, uma de sapatos, com Dani Barreto, outra de cerâmica e ainda uma bolsa em acrílico, com Marta Campos.

Jogo de cintura e resiliência

Sendo uma marca autoral e sofisticada, voltada para um nicho de mercado Premium, com a alfaiataria como destaque, o recrutamento de mão de obra é difícil. Hoje a marca trabalha com um ateliê próprio, com 5 empregados e dois outros, para ajustes, gerando 20 empregos indiretos.

“A terceirização requer cuidado para manter sempre o nível de excelência”, diz Julia. Para a divulgação da marca ela usa nano e micro influencers regionais. A estratégia tem dado certo, inclusive batizar as peças com o nome de clientes. Cada coleção conversa com as anteriores, para aumentar a vida útil das peças.

O investimento inicial foi de 100 mil reais e a marca já faturou 1 milhão de reais. Júlia desenvolve as coleções a partir da necessidade das mulheres que conhece. Apresenta na prática as tendências do marketing de vendas, como Consumer Experience, venda focada no cliente.

Fotos: cortesia Atitu

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