Campanha "Verão Sem Fim" Oriba coloca em foco o aquecimento global

Aproveitando a recente onda de calor que varreu o inverno e registrou temperaturas recordes, a Oriba, de peças essenciais masculinas, lança sua maior campanha até hoje. Em colaboração com a fotógrafa Lorena Dini, a marca busca criar uma produção visual única, que destaca a importância de compreender e respeitar os ciclos naturais como a essência da harmonia entre pessoas, produtos e planeta.

"Não estamos apenas apresentando roupas; estamos contando uma história sobre como podemos abraçar a moda de uma maneira que respeite e proteja o nosso planeta", comenta Paulinho Moreira, sócio da marca, no release de divulgação.

Além da campanha, a marca está desenvolvendo um lançamento de produtos projetados para atender às necessidades de um clima imprevisível durante o ano todo. "Estamos constantemente inovando em materiais sustentáveis, buscando desacelerar os efeitos do consumo desenfreado e promovendo uma moda mais consciente. Os essenciais da Oriba são para todas as estações", aponta Rodrigo Ootani, outro dos sócios, no informe.

O visual de Verão Sem Fim remonta a universos cinematográficos icônicos, como as imensidões desérticas de "Duna", a atmosfera futurista distópica de "Blade Runner" e o cenário pós-apocalíptico de "Mad Max". Essa fusão de influências cinematográficas cria uma atmosfera que transcende a moda, buscando provocar reflexões profundas sobre os desafios ambientais contemporâneos.

Paulinho Moreira falou sobre moda e sustentabilidade, com exclusividade para o FashionUnited. Confira abaixo.

FashionUnited: quais desafios a indústria da moda enfrenta atualmente em relação ao aquecimento global? Quais oportunidades você identifica para a indústria se tornar mais sustentável e eco eficiente?

Acredito que todo o mercado de consumo enfrenta um desafio grande para se adequar aos novos tempos e a indústria da moda, que é um dos principais agentes que contribuem para o aquecimento global, têm um papel protagonista na desaceleração da mudança climática. Infelizmente, ainda existem pouquíssimas marcas que priorizam matéria-prima sem uso de agrotóxicos e tecidos alternativos aos provenientes do petróleo, como o poliéster. As coleções são baseadas em estações do ano, que já não seguem um padrão climático, e observamos recordes de calor em pleno inverno e vice-versa. É preciso repensar o negócio desde o plantio até o desenvolvimento das coleções, porém os grandes "players" do mercado ainda não realizaram que essa conta irá chegar em forma de perda de receita. 

Atualmente é muito raro falarmos de mercado financeiro sem considerar uma abordagem ESG (governança ambiental, social e corporativa, na sigla em inglês). Então mesmo que tratem com descaso uma transformação pró meio ambiente, haverá um impacto financeiro no futuro próximo.

Como você vê a evolução dos padrões da indústria em relação à sustentabilidade? Quais mudanças significativas você observou nos últimos anos e como essas mudanças impactam o panorama global da moda em termos de redução do impacto ambiental?

Todo dia nasce uma nova marca com propósito e iniciativas ambientais semelhantes a Oriba, mas a sustentabilidade só é real se for escalável e acessível. Gostaríamos muito de ter uma concorrência mais ativa, que beneficiaria a todos, inclusive em aumento de margem, ao ganhar escala na produção de uma matéria-prima como o algodão orgânico por exemplo. Enquanto isso, a realidade é que essas grandes marcas insistem em produzir roupas com agrotóxico e feitas com matéria-prima em plástico, e preferem comprar créditos de carbono para que possam se rotular como "carbono neutro". Costumo dizer que é como se pagássemos uma taxa para poder jogar um lixo na rua sem ninguém reclamar.

De que forma a Oriba está tentando liderar o caminho em termos de responsabilidade ambiental no setor?

Ninguém precisa de apenas mais uma marca de roupas. A sustentabilidade é um processo contínuo de aprendizado, e a Oriba não pretende ser a salvadora do planeta. Ficaríamos felizes quando a sustentabilidade for um "commodity" do mercado e precisemos buscar um novo caminho para inovar. Nosso principal produto, a camiseta essencial, é feito de algodão orgânico plantado aqui no Brasil, na Paraíba. Inclusive, qualquer pessoa pode encontrar no nosso site o "blue print" desta camiseta com contatos de todos os fornecedores, até modelagem, para que qualquer marca possa nos copiar. Também temos uma linha chamada rePET, feita de garrafas plástica pós-consumo e o jeans mais sustentável do Brasil, o Beta Jeans. 

Além dos produtos, pensamos em cada detalhe das nossas lojas ao utilizar materiais biodegradáveis e milhares de garrafas plásticas recicladas nos acabamentos. Onde existir uma alternativa sustentável equivalente, esta será a nossa escolha.