DFB Festival exalta a moda autoral

Sob o tema "Ocupe seu Espaço", Fortaleza (CE) recebeu entre os dias 25 e 28 de maio o DFB - Dragão Fashion Brasil Festival, na praia de Iracema. Claudio Silveira, a mente criativa e empreendedora por trás do evento, celebrou a volta aos desfiles presenciais ressaltando que nesses últimos dois anos tivemos que lidar com perspectivas que mudam a cada instante. “Voltamos cheios de esperança nessa nossa empreitada,”concluiu em coletiva realizada no dia 25.

Essa edição ocupou 30.000 m² construídos sobre as areias do Aterro da Praia de Iracema, com duas passarelas gigantes, dois pavilhões com dezenas stands, coleções e expositores, arena de beach tennis, palco de 28 metros de altura 100 por cento reciclável, espaços kids e pet-friendly e áreas com diversidade gastronômica. O DFB Festival contou com uma programação também digital. Fora da Cidade Autoral, o público assistiu a entrevistas, prévias, podcasts via DFB TV e DFBCast. Os desfiles e a programação de rodas de conversa foram transmitidos simultaneamente no canal do Youtube via lives.

Passarela aponta para o handmade único das rendas nordestinas

O trabalho artesanal, veio na renda Richelieu que serviu de base para peças sofisticadas de Almerinda Maria, que apostou em cores açucaradas. A Rendá escolheu as rendas Renascença e Guipure, em tonalidades vibrantes. A Richelieu nomeou a coleção de Ivanildo Nunes, num trabalho criativo que ressalta a beleza da renda.

O crochê, que veio cheio de estilo, contemporâneo e artístico em David Lee, apareceu paralelamente ao macramê na coleção de Victor Cunha, que apostou ainda em peças com múltiplos usos por meio de abotoamentos e recortes estratégicos. O macramê foi base para a passarela de Rio de Jas. Bruno Olly apresentou a coleção "Não Existe Paraíso”, com peças sem gênero em alfaiataria e trabalho de jogo de texturas. Alix trouxe toda a coleção, colorida, em crochê.

Sofisticação em pauta

A Hand Lace apresentou uma coleção composta por saias e shorts assimétricos, blusas com punhos que, quando abotoados, pareciam pétalas de flores. Lindembergue trouxe sofisticados longos adamascados, com maxi cavas. Os apliques gigantes, de estrela e coração detalharam vestidos. Marina Bitu trabalhou com plissados ombrês em peças que remetem ao japonismo. Kallil Necopuceno veio com cores vibrantes em peças fluídas com detalhes de babados. Thereza Montenegro trouxe bordados de pedrarias, luxuosas, sobre tule.

Denim no centro da passarela

A Enel, uma das patrocinadoras do evento, mostrou que o upcycling está em alta e é viável, na coleção Energia. Uma linha masculina e outra feminina foram desenvolvidas com resíduos de peças de brim e denim dos uniformes dos colaboradores. As peças ficaram expostas após o desfile. Banana Urbana trouxe os jeans em lavagens predominantemente amarelas e laranjas. Destaque para as estampas localizadas, em pernas de calças e micro saias. Detalhes de pétalas triangulares revestindo vestidos, camisetas merece menção.

Moda praia

Sherida mostrou flores gigantes aplicadas em maiôs e biquínis e um pós praia com vestidos assimétricos, macacões e túnicas, em estampas diferentes. Sand Blue trabalhou rolotês e sobreposições com lurex. Os tops vieram também como corselets e a parte de baixo num trabalho interessante que sugeria sobreposição numa peça única. A Sau Swim mostrou na passarela interessantes detalhes que pareciam escamas. Hot pants em tressê de tiras pretas com dourado conferiram luxo aos modelos.

Fotos: Roberta Braga e Cláudio Pedroso