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Grupo EuroFios cresce tendo como foco a sustentabilidade

By Marta De Divitiis

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O Grupo EuroFios, com duas unidades em Santa Catarina, trabalha transformando resíduos têxteis em novas fibras e fios, maximizando o aproveitamento dos insumos. O grupo tem uma divisão, a EuroRoma que fornece fios e barbantes para trabalhos artesanais, como o crochê, tricô e macramê.

As duas unidades fabris contam com 15.000m2 de área construída, empregam aproximadamente 300 pessoas e reciclam mais de 12 mil toneladas de resíduos têxteis anualmente, dos quais metade são transformados em fios e barbantes ecológicos. Certificados pela GRS - Global Recyclad Standard, seus processos produtivos não utilizam água e produtos químicos. Além disso a energia elétrica total é de fonte renovável e certificada. Com capital 100 por cento brasileiro a empresa vem crescendo 10 por cento ao ano.

Aproveitando uma estada na capital paulista, por conta da participação na feira Mega Artesanal, o CEO da empresa, Paulo Roberto Sensi Filho, concedeu uma entrevista exclusiva ao FashionUnited. Confira abaixo.

Houve mudança de volume de vendas significativo durante e depois da pandemia ? Se houve, é possível mensurar?

Sim, houve aumento de demanda e a indústria sentiu esse reflexo. O Grupo Eurofios, por exemplo, cresceu 15 por cento em relação a 2019. A pandemia impulsionou o segmento do artesanato brasileiro, que segue sendo uma potência econômica, pois movimenta cerca de 50 bilhões de reais por ano no país e é fonte de renda, direta ou indireta, para cerca de 10 milhões de brasileiros, segundo dados do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Na pandemia, as pessoas passaram a se interessar mais em aprender trabalhos manuais e isso foi importante porque ajudou a indústria, mas também acelerou a profissionalização do setor. Hoje, notamos que há uma busca maior dos artesãos por temas como precificação, diversidade de combinação de cores, tendências e aperfeiçoamento de técnicas. Esse comportamento mostra como esse setor segue amadurecendo e em franco crescimento.

O fato dos barbantes e fios serem ecológicos, desenvolvidos a partir de resíduos têxteis, contam na hora da venda (os consumidores preferem comprar esses fios por serem ecológicos, mesmo que haja diferença de preço)?

Historicamente, o artesanato têxtil sempre foi produzido com fios tradicionais; com a evolução do pensamento (e necessidade) da sociedade em relação às questões de sustentabilidade e, em especial, aos cuidados necessário com o nosso planeta, o fio ecológico, sustentável, passou a ter um grande diferencial. Temos notado que, nos dias atuais, o consumidor está atento às questões ambientais, sociais e a tudo aquilo que os produtos deixam para trás até chegarem a ele – sejam coisas boas ou ruins! Ou seja, não quer apenas um produto de qualidade; ele quer saber a origem daquele produto, se ele foi fabricado por meio de processos fabris idôneos. O consumidor passa a optar por produtos confiáveis em detrimento de outros que podem gerar dúvidas.

Como a empresa vê o mercado de trabalho artesanal no Brasil hoje? Há possibilidades de crescimento?

Percebemos o mercado de trabalho artesanal com bastante otimismo. É um mercado em franca expansão, amadurecimento e profissionalização. Além disso, há um fator relativamente novo, proporcionado pelo digital: a possibilidade real de ganho de escala e internacionalização do artesanato brasileiro. Há uma década atrás, por exemplo, o artesão só conseguia vender nas imediações da sua localidade. Hoje, o artesão brasileiro vende para o mundo inteiro, dado que o nosso artesanato é bastante prestigiado em países da Europa e nos Estados Unidos, pois é rico em detalhes, colorido, bem feito e reflete a beleza da nossa cultura.

A EuroRoma já pensou em fazer (ou faz) parcerias com entidades e ONGs?

Sim, já temos iniciativas neste sentido e temos interesse em ampliar nossa participação. Entendemos que temos o papel social de ajudar a profissionalizar e encontrar caminhos. Podemos citar como exemplo bem sucedido uma parceria do Grupo Eurofios com o Instituto Proeza, ONG de Brasília que desde 2003 trabalha com mais de 150 mulheres artesãs em situação de vulnerabilidade social que fazem crochê.

Além dos mini cursos na Mega Artesanal a empresa desenvolve outros cursos pelo Brasil como forma de incentivar o uso desses materiais?

Sim. Temos um time de 3 embaixadores que são professores e mestres em artesanato e que ensinam técnicas de crochê, macramê e talagarça e tricô em cursos gratuitos e exclusivos para seguidores da marca EuroRoma nas redes sociais. Os nossos embaixadores são Marcelo Nunes, Sandra Brum e Fernanda Campelo.

Fotos: cortesia Grupo EuroFios

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