Indústrias e universidades atuam para a produção de EPIs

A pandemia de coronavírus tem deixado não somente tristeza e perplexidade, mas também um rastro de solidariedade em seu percurso. Logo após estados e municípios terem aderido à quarentena imposta por governadores e prefeitos das cidades brasileiras, muitas empresas de moda passaram a confeccionar EPIs - Equipamentos de Proteção Individual - como máscaras e roupas hospitalares. Estes equipamentos de proteção (tanto para profissionais como para a população em geral) têm sido vendidos e também doados. Outras, auxiliam doando equipamentos para essa produção, como é o caso da Singer, de máquinas de costuras domésticas e industriais.

A empresa doou máquinas de costura para quatro instituições: a Penitenciária Feminina Sant’Ana, em SP; a ONG Máscaras do Bem, em Santos, SP e dois hospitais do Rio Grande do Norte. Todas essas entidades estão fabricando máscaras e/ou roupas hospitalares. A unidade prisional já realizava o trabalho de costura dessas peças para o segmento de saúde, mas devido à pandemia não possuíam equipamentos suficientes para suprir a demanda. A ONG Máscaras do Bem nasceu da iniciativa de algumas mulheres na cidade de Santos que passaram a fabricar máscaras para os profissionais de saúde. Hoje além deles a organização atende moradores de rua, profissionais de segurança pública e casas de idosos. O Hospital Dr. Cleodon Carlos de Andrade, em Pau dos Ferros e o Centro Obstétrico Municipal Albaniza Diógenes, em Apodi, ambas em RN também receberam as máquinas com o apoio de clientes locais (Mundo da Costura e a transportadora Termaco Logística, que realizou o frete como cortesia.)

"Há muito tempo realizamos doações com o intuito de incentivar a prática da costura e entendemos que esse é o momento de contribuirmos com quem está se disponibilizando a ajudar na produção de itens necessários para controlarmos a disseminação do coronavírus", afirma Márcio Daniel, presidente da Singer do Brasil.

Já a UNISAL - Universidade Salesiana de S. Paulo - campus Maria Auxiliadora, de Americana, SP, em seu núcleo de moda, começou a produzir máscaras para doar a policiais e população carente de Americana e Santa Bárbara D’Oeste. As peças, confeccionadas nos laboratórios da Instituição, seguem os parâmetros do Ministério da Saúde, assim como os procedimentos de segurança para os participantes do projeto. Serão 250 máscaras semanais, produzidas em turnos de três horas diárias, em 15 máquinas com distância mínima de dois metros entre elas. Além disso, os alunos terão à disposição álcool gel e máscaras.

De acordo com o diretor da unidade, Marcelo Augusto Scudeler, o momento exige ações de todas as áreas. “Com essa iniciativa auxiliamos na contenção da transmissão do vírus, com atividades relacionadas à área em que os alunos estão se formando; aliás eles estão muito animados com a ação” disse. Parte dos insumos estão sendo oferecidos pela universidade, que está buscando parcerias para ampliar a quantidade de produção. As doações serão feitas pelos órgãos públicos, ONGs e associações de bairros.

Fotos: cortesia Máscaras do Bem