Luxo clássico e moda urbana se cruzam hoje em Paris com Anderson, Mihara Yasuhiro e Chavarría

Paris - A Dior apresenta nesta sexta-feira, 27 de janeiro de 2025, na Semana de Moda Masculina, seu novo diretor artístico, Jonathan Anderson, o estilista que transformou radicalmente a centenária grife espanhola Loewe e que agora tem a responsabilidade de fazer o mesmo com todas as linhas de coleção da marca francesa.

Desde que Christian Dior a fundou em 1947, a poderosa marca nunca teve um mesmo diretor artístico para as coleções masculina, feminina e alta-costura. O norte-irlandês Anderson, de 40 anos, conhecido por sua paixão pela arte contemporânea e por seu estilo conceitual, assume agora esse desafio.

No mesmo dia desfila o americano de origem mexicana Willy Chavarría, pela segunda vez em Paris, com um estilo urbano e ousado, totalmente oposto ao de Anderson.

Criador de sua própria marca, JW Anderson, o norte-irlandês elevou as vendas da Loewe durante seus quase doze anos de gestão, entre 2013 e 2025. Suas criações são impecáveis, uma exaltação do luxo, mas com humor, repletas de referências às suas paixões (a arte, o cinema), com abundância de materiais nobres, como couro, lãs da mais alta qualidade e metal.

Nascido em 1967 na Califórnia, Chavarría é um estilista militante, defensor dos migrantes e da causa LGBTQIA+, que se inspira na moda dos anos 40: homens de calças largas com pregas, ombreiras, camisas abertas, profusão de correntes e miçangas, e mulheres com estilo vamp, combinando com roupas mais informais, como moletons esportivos, tênis de basquete e shorts de comprimentos variados.

Chavarría causou sensação há seis meses com um desfile que contou com uma apresentação musical do rapper J Balvin em uma igreja de Paris.

Anderson prefere a calma da música clássica ou eletrônica, as alusões a artistas como o americano Andy Warhol.

"Dior é um nome mítico que deve refletir seu tempo", declarou Anderson ao jornal Le Figaro, na véspera de seu desfile, que acontecerá no Hotel des Invalides.

O setor de luxo vive momentos de certa incerteza, e as mudanças artísticas se sucederam ao longo de 2025 em marcas como Dior, Balenciaga e Chanel, onde deve estrear o franco-belga Matthieu Blazy, de 41 anos.

Anderson assumiu as rédeas da Dior com calma, e a marca já anunciou que não apresentará coleção na Semana de Alta-Costura, daqui a dez dias.

Nesta sexta-feira também desfilam o japonês Mihara Yasuhiro, que costuma reinterpretar com humor as roupas estilo urbano e a moda skateboard, assim como seu compatriota Junya Watanabe.

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