Marcas e influenciadores - equação de impacto na decisão de compra
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É inegável a transformação que o mercado de moda tem passado nas últimas duas décadas. Nesse período o consumidor passou a se voltar para as mídias sociais e influencers em busca de informações que antes eram obtidas apenas via revistas e sites de moda, com conteúdo desenvolvido exclusivamente por profissionais especializados.
Segundo dados levantados pela Opinion Box, empresa de soluções digitais, 67 por cento dos entrevistados seguem algum criador de conteúdo nas redes sociais e destes, pelo menos 55 por cento já comprou algum produto indicado por estes influenciadores. Se levarmos em consideração a geração Z - nascidos na segunda metade de 1990 a 2010 - onde a influência digital é bem mais forte - essa questão se intensifica. Entre eles, metade dos entrevistados usam as mídias sociais para comprar e buscam as recomendações no Youtube, Instagram, Facebook e TikTok. Roupas e produtos de beleza são as categorias mais vendidas, paralelamente à tecnologia.
A plataforma global LTK conecta marcas, criadores e consumidores num aplicativo de compras. A empresa conta com mais de 1 milhão de marcas parceiras, sendo que a empresa registrou em 2021 um crescimento de 729 por cento, totalizando mais de 162 milhões de reais nas vendas via influencers da América Latina. No Brasil a plataforma tem investido no relacionamento por meio de eventos e workshops com varejistas e criadores de conteúdo com o objetivo de profissionalizar ainda mais o mercado. Philip Kauders, head da LTK na América Latina deu uma entrevista exclusiva para o FashionUnited.
FashionUnited: qual é a importância dos influencers na venda de produtos de moda? Os micro influencers também são importantes? Como se dá essa interação?
As redes sociais se transformaram em novas "vitrines". O consumidor não só está se acostumando a começar a jornada de compras diretamente nas redes sociais, mas também tende a priorizar resultados com cada vez mais "contexto" e autenticidade, qualidades que apenas a curadoria dos influenciadores pode proporcionar. Por isso, é importante para as marcas de moda que suas peças estejam sendo vistas e promovidas por esses curadores.
O "tamanho" da plataforma desses influenciadores não pode apenas ser medido em termos de quantos seguidores eles possuem, o erro mais comum das marcas é não avaliar o conteúdo do influenciador e se pautar apenas pelo número de seguidores. Atualmente, sabemos que micro influenciadores têm ganhado cada vez mais relevância e impacto nas decisões de compra do público por possuírem mais credibilidade e uma relação mais direta com os seguidores.
Na LTK, o perfil dos criadores de conteúdo cadastrados é bem diversificado, tanto em segmentos quanto em tamanho. Criadores com nicho focado em beleza e moda, se destacam bastante. Na plataforma temos desde grandes criadores utilizando os nossos links comissionados para divulgar suas linhas de produtos, até nano e micro influenciadores que têm o primeiro contato com as marcas por meio da plataforma.
Como uma marca deve trabalhar com influencers? Coleção cápsula ou oferecer produtos?
Ambos funcionam. A questão principal é objetivo, tempo e investimento que a marca tem disponível. Uma campanha com envio de produtos ou até mesmo mais orgânica com "creators" que já possuem produtos em casa e utilizam os mesmos na rotina, acontece com sucesso. Já campanhas cápsulas, requerem mais tempo para desenvolver, mas podem gerar maior awareness - sensibilização - e também podemos enxergar os dados da divulgação via links, aqui na LTK.
Há alguma métrica para saber o quanto um influencer é capaz de reverter seus posts em vendas?
A métrica usada é a conversão, que vai além das utilizadas antes (impacto e engajamento nas redes sociais). Percebemos isso desde cedo e por isso ajudamos influencers e marcas a se conectar oferecendo tecnologia para criar relações onde marcas, consumidores, e "creators" se beneficiam.
Como a empresa enxerga o ano de 2022?
Estamos sempre acompanhando de perto as movimentações da "creator economy" e acreditamos que em 2022, veremos cada vez mais influenciadores adquirindo um olhar empreendedor e pensando em novas estratégias de geração de receita, que vão muito além do Instagram e do publieditorial tradicional. As pessoas querem comprar pelo celular e buscam cada vez mais tecnologias que facilitem esse processo, economizando seu tempo e por isso estamos investindo em peso no nosso aplicativo aqui no Brasil.
Fotos: Paul Hanaoka/Unsplash, cortesia LTK e Mateus Campos Felipe/Unsplash