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Marcas especializadas em noivas e festas se reinventam na pandemia

By Marta De Divitiis

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Moda

Se para as marcas de moda casual a pandemia trouxe uma série de dificuldades, para o mercado de moda noiva e festas, essas dificuldades se tornaram exponenciais, uma vez que com o isolamento social as comemorações ficaram em segundo plano. Assim as marcas voltadas para esse tipo de evento tiveram que se adaptar para poder continuar com sobrevida. Passado praticamente um ano desde o início de tudo, podemos observar uma série de mudanças que vieram e, devido ao sucesso obtido, permanecerão. FashionUnited entrevistou cinco diferentes marcas e estilistas que contaram como tiveram que se adequar rapidamente, assim como os resultados dessas transformações.

"Em um cenário em que eventos estavam sendo cancelados ou suspensos sem previsão de remarcação por conta das restrições impostas pela pandemia, o nosso faturamento foi praticamente zero. Tivemos que repensar várias coisas, renegociar contratos, adiar ações e aos poucos toda nossa energia passou a se concentrar no desenvolvimento de uma linha mais casual com nosso toque de festa que já estava em andamento antes da pandemia. Fizemos em 3 meses o que estava programado para ser feito em 3 anos”contou Luciana Won Ko, diretora criativa da marca Dolps.

E-commerce em tempo recorde

Essa rapidez também foi comentada por Hugo Crocchi, diretor de marketing e e-commerce da Agilità. "Entendemos rapidamente que a única saída seria a venda on-line, então criamos um comitê exclusivo para tratar da e-store e resolver em poucos dias questões que demorariam meses ou anos. Habilitamos o código de vendedor, engajando assim a equipe de vendas física à venda virtual e, logo em seguida, de forma muito assertiva e ágil, nos tornamos omnichannel, explicou.

Já Eduarda Galvani, fundadora e diretora criativa da Duda Galvani, implementou o Dress Up Again, um marketplace dentro do segmento de festas, com peças de noivas e festas em segunda mão. Além disso, criou o EG à Porter, um e-commerce com peças de festas e alfaiataria, e uma linha com toques mais casuais. O EG à Porter futuramente pode até se expandir internacionalmente, segundo Eduarda. "Além disso, temos outras novidades, vamos para uma nova sede em Porto Alegre, com um espaço para atender as clientes, realizar jantares e receber marcas que tenham identificação com o atelier,”justifica animada.

Ações sociais e mais exposição

Intitulada de Pyna, a linha casual da Pynablu, que antes trabalhava somente com noivas e festas, apresenta peças democráticas e reinterpretadas, com ênfase no corte e na construção para o ready to wear. Pensando em uma vertente solidária, a marca também criou a linha Pynablu Social que propõe ações sociais e doações para a comunidade através do desenvolvimento de coleções básicas. "Com as adaptações tivemos uma troca muito interessante com as clientes dos novos produtos. Com isso, tivemos um aumento de vendas de pelo menos 10%,”explica Antonela Frugiuele, diretora criativa da marca.

Leonardo Ferreira, diretor da Maison Ryck Guedes, de São Paulo, explicou que a equipe buscou uma maior exposição fazendo parcerias e contratando uma assessoria de imprensa. Durante o período da pandemia, o estilista Ryck Guedes, num lance de ousadia, se mudou com todo o seu staff, para uma casa ampla, num dos bairros nobres de São Paulo onde, quando as restrições forem removidas, poderá receber suas clientes confortavelmente, de forma presencial. Outra providência foi a ampliação da linha Pret-à-Porter que já existia, mas que passou a ser vendida para lojas de outros estados, ganhando um novo mercado de nicho e ampliando a atuação. Além disso trabalham com várias equipes trabalhando no online B2C e também no B2B.

Celebrações mais íntimas

“A pandemia fez com que os grandes eventos formais desaparecessem da rotina das pessoas por conta das proibições e restrições e trouxe um olhar de celebração para os pequenos momentos especiais que merecem ser comemorados. A nova linha de peças mais casuais da Dolps conseguiu atender essa necessidade. Se antes as clientes precisavam de um evento para usar nossos vestidos, agora podemos representá-las em vários mini momentos,”diz Luciana. Uma linha especial também surgiu durante a pandemia - a coleção de noivas - que era uma reivindicação antiga das clientes. Antes a Dolps conseguia vestir todas as mulheres da festa, menos a noiva. Agora passam a acompanhar a noiva em toda sua jornada, seja em sessões de pré-wedding, casamento civil, mini-wedding. "Se a pandemia minguou os grandes eventos com muitos convidados, a demanda por pequenas celebrações focadas nos noivos cresceu e reflete novos comportamentos e preferências que a pandemia acelerou,”conclui a diretora criativa.

Fotos: Luiz Mazinho (Ryck Guedes), cortesia Dolps, Agilità, Eduarda Galvani e Pynablu

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