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Marcelo Quadros celebra 30 anos de moda

By Marta De Divitiis

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Moda

Foto: Márcia Fasoli

Reconhecido por seus sofisticados vestidos de festa e noivas, Marcelo Quadros começou seu trabalho como estilista nos idos dos anos 1990. Comemorando 30 anos de carreira nesse mercado de nicho, o designer, que lançou a coleção Florescer num desfile em parceria com Barreto Shoes (da estilista de calçados Tainah Barreto) falou com exclusividade ao FashionUnited Brasil.

FashionUnited: como foi seu início?

Meu início foi inusitado. Eu comecei fazendo roupas para ginástica, que foi como eu conheci um pessoal envolvido com a moda em São Paulo. Através dessas pessoas, eu acabei parando no Phytoervas Fashion (evento que aconteceu nos anos de 1990, sob o comando de Cris Arcangeli - precursor das semanas de moda brasileiras), onde me convidaram para apresentar um trabalho que consistia numa proposta de coleção. Os avaliadores adoraram a minha ideia e eu pude realizar meu primeiro desfile, há 30 anos atrás.

Foto: Márcia Fasoli

Durante o isolamento devido à pandemia qual estratégia utilizou para se manter durante o período?

Durante a pandemia, eu fechei uma loja por não haver movimento. Era uma decisão que eu havia tomado anteriormente, porque queria retornar ao formato de ateliê, que sempre foi minha maneira de estar com as clientes e apresentar a marca. Vim com todo o estoque da loja e montei um site para fazer vendas também através de e-commerce. Com a quarentena, ficamos um ano sem receber uma cliente presencialmente, sem festas, sem eventos, e sobrevivemos. O mundo inteiro sofreu com essa pandemia, mas sobrevivemos.

Como está o mercado de moda festa pós pandemia?

O pós-pandemia no mercado de moda festa foi um boom. Todas as festas que foram canceladas, reagendadas, adiadas, começaram a acontecer ao mesmo tempo a partir do fim de 2021 e no ano de 2022. Tivemos muitos vestidos que eram para 2020 e foram entregues só nessa época, para acompanhar os grandes eventos e casamentos que mudaram de data. Foi bastante turbulento pela alta demanda, mas de uma forma positiva. Demos conta de suprir todos os pedidos e retomar com força total.

Foto: Márcia Fasoli

Olhando para trás, vendo sua trajetória, como você se sente? Mudaria alguma coisa?

Me sinto muito feliz e realizado em ter construído uma marca e consolidar um DNA claro e significativo, reconhecido nacional e internacionalmente. A Marcelo Quadros consegue ser identificada e valorizada pelo primor que vem na confecção de cada peça. Eu não me arrependo de nada que eu tenha feito, não teria mudado nada. Fui feliz em todas as minhas escolhas, porque me fizeram passar por vários processos de desenvolvimento que me transformaram num profissional melhor e numa pessoa melhor.

Foto: Márcia Fasoli

Como você analisa a moda brasileira atualmente?

Vejo a moda brasileira bem democrática atualmente. Ela está acompanhando diversos segmentos, propostas e grupos. Acho que isso é um ótimo cenário para o mercado, que agora pode explorar ainda mais público. Ao mesmo tempo, sinto falta de um pouco de profissionalismo de moda, não sobre os estilistas e marcas, mas sobre uma ausência de união entre os envolvidos na moda brasileira. As pessoas não se reúnem em prol de um bem comum, não temos uma federação, não temos algo que nos represente e que defina a moda brasileira. Somos um grande mercado, mas não há ninguém encabeçando o movimento.

Foto: Márcia Fasoli

O que você aconselharia a quem quer trabalhar no segmento e está iniciando na profissão?

Hoje a moda oferece diversas opções. Um estudante de moda pode ser estilista, stylist, fazer especialização em desenvolvimento de produto e várias outras possibilidades. O que eu sempre recomendo é sentir amor pelo que ela faz, que ela seja fiel aos próprios sentimentos e que ela trabalhe muito. O início é difícil, porque é o momento onde tudo é novo, por isso, faça, construa, divulgue, molde sua ideia com originalidade.

Hoje você vende apenas no varejo?

O mercado é muito sazonal. Já cheguei a vender minhas coleções no atacado e no varejo antes da pandemia, com um volume de produção um pouco maior. Pós-pandemia, restringi as vendas exclusivamente ao varejo. Atualmente, atendemos clientes por todo o Brasil.

Foto: Márcia Fasoli

Quanto tempo demora entre a concepção da peça ao produto final?Quantas peças faz anualmente?

A confecção pode levar de uma semana até seis meses, não conseguimos mensurar a quantidade de peças. Trabalhamos de forma antecipada a grandes eventos, então, para um vestido de noiva, por exemplo, podemos levar quase um ano entre a captação de ideia e confecção e finalização da peça. Em contrapartida, temos vestidos de estrutura mais simples, que podem levar aproximadamente uma semana para serem finalizados.

Fale sobre sua marca hoje.

Marcelo Quadros é uma marca com DNA forte que se reinventa hoje com nossas collabs, contribuindo com outros designers em novas criações, seja para roupas ou acessórios e calçados, como é o caso da recente coleção com a Barreto Shoes. Dentro do nosso corebusiness, temos vários segmentos de negócios, como consultoria, collabs, produção exclusiva sob medida e o prêt-à-porter, como o desfile da coleção Florescer.

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