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Movimento Fashion Revolution divulga o Índice de Transparência da Moda Brasil 2020

By Marta De Divitiis

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Moda

Foi divulgado no último dia 26 o Índice de Transparência da Moda Brasil 2020, realizado pelo movimento Fashion Revolution. O índice é uma ferramenta para que consumidores, cidadãos, organizações e setor público conheçam, fiscalizem, questionem e busquem as mudanças que a indústria da moda carece.

O relatório, que pode ser encontrado no site do movimento, foi elaborado pelo movimento Fashion Revolution CIC e Instituto Fashion Revolution Brasil e contou com a parceria técnica da ABC Associados, consultoria especializada em metodologias para análises do desempenho e perfil de empresas no campo da sustentabilidade empresarial.

Nessa edição foram analisadas 40 grandes marcas de moda sendo que as maiores pontuações ficaram com a C&A (74 por cento); Malwee (68 por cento); Renner (59 por cento); Youcom (59 por cento) e Hering (57 percentuais). As duas primeiras colocadas figuram nessa lista na mesma posição, desde 2018 quando o Índice passou a ser medido e divulgado.

Os cinco maiores saltos de desempenho foram da Melissa (com 36 percentuais); Hering (subiu 31 por cento); John John e Les Lis Blanc (ambas cresceram 21 percentuais cada) e por fim a Marisa (com aumento de 15 por cento).

Foram analisadas Políticas e Compromissos; Governança; Rastreabilidade; Conhecer, comunicar e resolver, sendo tópicos de destaque as condições de trabalho; consumo; composição de materiais, produtos e clima.

Das 40 marcas analisadas 13 não tiveram nenhuma pontuação, sendo elas: Brooksfield; Carmen Steffens; Cia. Marítima; Colcci; Colombo; Di Santinni; Fórum; Leader; Lojas Avenida; Lojas Pompéia; Moleka; Olympikus e TNG.

10 novas marcas foram incorporadas à pesquisa, incluindo aquelas que operam via e-commerce e underwear. Entre elas 7 pontuaram abaixo de 10 por cento ou não pontuaram. Foram elas: Lupo (9 por cento); Centauro (3 por cento); Netshoes (2 percentuais) Puket (1 por cento); Di Santinni; Fórum e Lojas Pompeia (cada uma delas teve pontuação zero).

De acordo com o texto divulgado, em meio a pandemia, apenas 5 empresas entre as analisadas divulgam suas políticas de pagamento de fornecedores, com prazos máximos estipulados, enquanto somente 3 publicam o percentual de pagamentos aos fornecedores realizados dentro do prazo e de acordo com os termos acordados.

Mesmo com a crise climática iminente, apenas 5 empresas, entre as analisadas, publicam metas relacionadas à gestão do clima e/ou outros tópicos ambientais, com bases científicas (como as aprovadas pela SBTI - Science Based Targets Initiative).

A desigualdade de gênero é latente, com mulheres recebendo 20 por cento a menos que os homens ocupando mesmos cargos (segundo dados colhidos pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apenas 30 por cento das analisadas divulgam suas políticas para equiparação salarial entre homens e mulheres em relação a seus funcionários diretos e aos trabalhadores de sua cadeia de fornecimento e o número cai drasticamente para 8 percentuais quando analisado como essas políticas serão colocadas em prática.

O racismo estrutural é marcante na moda, mas apenas 18 por cento das marcas analisadas publicam ações com foco na promoção de igualdade racial entre seus funcionários, 10 percentuais publicam a distribuição por cor ou raça dentro da empresa considerando diferentes níveis hierárquicos e nenhuma publica as diferenças salariais sob a perspectiva racial dentro da empresa.

O Movimento global Fashion Revolution, no Brasil há 5 anos, nasceu depois do desabamento do edifício Rana Plaza em Bangladesh, em 2013 que provocou a morte de mais de mil trabalhadores (de indústrias de moda) e mais de 2,5 mil feridos. A partir daí a questão da exploração do trabalho pelas indústrias de moda passou a ser abordada e discutida. A hashtag QuemFezMinhasRoupas simboliza o debate do movimento.

Foto: François Le Nguyen/Unsplash

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