O que esperar da New York Fashion Week
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A semana de moda de Nova York começa nesta quinta-feira, apresentando coleções de outono/inverno 2019 de marcas como Tom Ford, Marc Jacobs e Michael Kors. O evento será transmitido ao vivo em seu site oficial mas, enquanto o grande dia não chega, a FashionUnited adianta as novidades desta temporada.
Os desfiles que você não pode perder
Pela primeira vez em sua história, Tom Ford vai apresentar roupas masculinas e femininas no mesmo desfile -- algo que Gucci, Celine e Burberry já estão fazendo.
Wes Gordon apresentará sua segunda coleção à frente da grife Carolina Herrera após ter substituído a fundadora da marca ano passado.
Ralph Lauren chamou todas as atenções na última temporada com um desfile em comemoração aos 50 anos da marca. Fica a pergunta: o que fará para se superar dessa vez?
Ausências
Calvin Klein é a ausência mais importante desta temporada. A grife resolveu não participar desta edição da New York Fashion Week devido à saída do estilista Raf Simons, que deixou o cargo de diretor criativo no fim de dezembro. A Calvin Klein ainda não anunciou um substituto.
Infelizmente o retorno da Rodarte à semana de moda de Nova York não durou muito. Ano passado, a grife fundada pelas irmãs Kate e Laura Mulleavy trouxe seu desfile de volta à cidade após duas temporadas de fora, mas elas já estão de mudança de novo: desta vez, o desfile da Rodarte acontece em Los Angeles.
Outra marca que voltou para “casa” é a Victoria Beckham, que trocou Nova York por Londres em 2018. Mas a grife da ex-Spice Girl, que acaba de lançar uma coleção de roupas esportivas com a Reebok, pretende continuar por lá mesmo.
Retornos
O desfile de Helmut Lang é um dos mais aguardados desta edição, já que a marca não se apresenta na New York Fashion Week desde setembro de 2017.
Já a Proenza Schouler continua firme e forte em Nova York após retornar à cidade na temporada passada. Antes disso, a grife fez dois desfiles em Paris. “Foi divertido, mas Nova York sempre será nossa casa”, escreveram os fundadores da marca, Jack McCollough e Lazaro Hernandez, no Instagram. Este será o primeiro desfile da Proenza Schouler após McCollough e Hernandez terem retomado o controle total da empresa, comprando-a de volta da Castanea Partners graças à ajuda de um investidor secreto.
Novidades
As expectativas são altas para o desfile daTelfar, ganhadora do prêmio CFDA/Vogue Fashion Fund de 2017, um dos prêmios mais importantes para estreantes na indústria da moda americana. A Telfar se apresentará na quinta-feira.
Esta New York Fashion Week também marcará a estreia de Cong Tri, estilista vietnamita que ficou famoso por desenhar os figurinos excêntricos de Katy Perry em seus shows. O desfile dele acontece na segunda-feira.
Palm Angels, marca de streetwear fundada por Francesco Ragazzi, diretor de arte da Moncler, estreia na New York Fashion Week após cair no gosto de celebridades como Kendall Jenner e Pharrell Williams. Ragazzo está tão empolgado com o desfile que está até distribuindo 20 ingressos de graça no Instagram.
Porém… A New York Fashion Week está perdendo o brilho
Apesar de ainda ser um dos eventos mais importantes do calendário internacional de moda, a New York Fashion Week está longe de ter o peso de outrora. Alguns dizem até que o evento segue acontecendo apenas porque é tradição.
Em um mundo cada vez mais conectado e acelerado, não faz mais sentido apresentar coleções seis meses antes delas estarem disponíveis nas lojas -- principalmente considerando que lojas virtuais e marcas de fast fashion como a Zara renovam suas coleções toda semana. Além disso, grifes como a Supreme estão subvertendo totalmente o modelo tradicional, ao lançar produtos avulsos em coleções limitadas ao invés de coleções semestrais.
Para completar, veteranos da indústria da moda dizem que o evento perdeu boa parte de seu glamour quando passou a ser transmitido ao vivo e convidar blogueiros e influencers.
***Você sabia?
- A New York Fashion Week foi criada por causa da Segunda Guerra Mundial. Até então, os americanos mais abastados compravam todas as suas roupas em Paris, mas em 1943 a guerra impediu jornalistas americanos de viajar à França para cobrir as novidades da alta costura de lá. A relações públicas Eleanor Lambert se aproveitou da situação para lançar um evento divulgando marcas americanas. Deu certo: as revistas passaram a incluir mais marcas locais em seus editoriais de moda e, assim, o público perdeu o preconceito com a alta costura Made in USA.
- Hoje em dia, o evento gera cerca de 900 milhões de dólares para a cidade.
- A temporada passada (Primavera/Verão 2019) foi a mais diversa de todas de todas as edições da NYFW. Nunca antes houve tantas modelos negras, trans e plus size nas passarelas do evento.
Pictures: divulgação CFDA, divulgação Proenza Schouler, Telfar: Dimitrios Kambouris / Getty Images North America