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O que “pensar de forma sustentável” significa na Lagos Fashion Week

A Lagos Fashion Week, na maior cidade da Nigéria, destaca a moda responsável. Designers africanos integram materiais ecológicos e iniciativas promovem práticas responsáveis
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Desfile privado organizado para a coleção SS26 da marca Sisiano, durante a Lagos Fashion Week em Lagos (2 de novembro de 2025) Créditos: Foto de OLYMPIA DE MAISMONT / AFP
By AFP

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Lagos - Quatro dias antes do desfile da Éki kéré na Lagos Fashion Week, as máquinas de costura ainda estavam em movimento no ateliê desta marca nigeriana em alta, no coração da capital cultural e econômica do país mais populoso da África.

Naquele dia, Abasiekeme Ukanireh, fundadora da marca, reuniu modelos e costureiros para os ajustes finais para este evento emblemático da moda africana, que aconteceu de quarta-feira a domingo à noite.

“Todos os anos, como designer, eu sempre busco ir um pouco mais além em termos de sustentabilidade”, explicou Ukanireh, de 35 anos, à AFP. Em 2025, ela diz que deu mais ênfase ao uso do índigo, mas também a uma tintura à base de “noz-de-cola”.

Sua marca, lançada em 2020, é conhecida pelo uso de ráfia e de botões feitos de casca de noz em suas criações. Em seu desfile no domingo, cerca de 30 modelos desfilaram com looks inspirados nas cerimônias de casamento tradicionais de Ikot Ekpene, apelidada de “a cidade da ráfia”, no estado de Akwa Ibom (sudeste), de onde é originária a designer. A renda tradicional foi substituída por ráfia, papelão e linho.

Incentivar os designers

Abasiekeme Ukanireh afirma que a Lagos Fashion Week incentiva os jovens designers “a pensar de forma sustentável, pois eles sabem que para ter sucesso ou simplesmente para participar, precisam adotar uma abordagem responsável”.

Omoyemi Akerele, que fundou em 2011 este grande encontro dos apaixonados por moda, criou em 2018 um programa de incubação chamado “Green Access”, que identifica, treina e apoia jovens designers africanos, fornecendo-lhes ferramentas para desenvolver coleções sustentáveis.

“Embora a sustentabilidade esteja no centro de sua prática de design, o objetivo é incentivá-los a serem mais responsáveis. Isso é feito repensando suas escolhas em cada etapa do processo criativo e compreendendo que tudo começa com os materiais”, explica Akerele à AFP. Com a Lagos Fashion Week, ela quer mostrar que “a criatividade africana tem seu lugar no cenário mundial” e que ela é “um catalisador para o orgulho cultural e para a mudança sistêmica sustentável”.

A fundadora da Lagos Fashion Week incentiva não apenas os designers a adotarem a moda sustentável, mas também os consumidores, especialmente através de sua iniciativa Swapshop, que permite trocar roupas que eles não usam mais por outras peças.

“Todos nós temos roupas em casa que não usamos mais. É ótimo poder trocá-las com pessoas tão estilosas quanto as que frequentam este tipo de evento”, entusiasma-se Danielle Chukwuma, comerciante de 43 anos que veio assistir a vários desfiles no Federal Palace Hotel de Lagos.

Consumo excessivo

Ela descobriu as criações de designers nigerianos, mas também de talentos de outros países da África, como a indo-queniana Ria Ana Sejpa da marca Lilabare, que participou pela terceira vez do evento.

“Eu acho que Lagos é a capital africana da moda. A moda faz parte da cultura aqui. As pessoas se orgulham de seu estilo, gostam de se destacar e não têm medo de ser ousadas ou glamorosas”, confidencia à AFP a jovem de 34 anos. Ela apresentou 25 looks em tons de bege, branco, marrom, laranja e verde em seu desfile, criados a partir de fibras de abacaxi, bananeira ou borra de café.

“É essencial levar em consideração nosso ecossistema, os pontos fortes do meio ambiente e das pessoas ao seu redor, e tomar decisões conscientes em cada etapa do processo de criação”, diz Ria Ana Sejpa.

Uma opinião compartilhada pela nigeriana Florentina Hertunba, de 31 anos, fundadora da marca Hertunba, que está se destacando no cenário da moda de seu país. Ela afirma usar tecidos tradicionais nigerianos, como o Aso Oke e o Akweté, bem como outros produtos locais, usar embalagens biodegradáveis e limitar o desperdício.

“Esta peça é reciclada. Um tecido antigo foi transformado em fio, e depois reutilizado para criá-la”, explica a jovem, mostrando um vestido preto estampado em seu ateliê em Lagos.

Para ela, a moda sustentável só se tornará popular se os consumidores aderirem ao movimento. “Um dos maiores perigos é essa cultura do consumo excessivo, onde compramos constantemente roupas novas para cada ocasião. A moda sustentável está progredindo positivamente, mas o consumo excessivo também”, preocupa-se ela.

O crescimento da fast fashion no mundo gera uma quantidade crescente de resíduos têxteis: 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis são produzidos anualmente, segundo as Nações Unidas, e a África recebe milhões de toneladas todos os anos que acabam sendo queimadas em aterros a céu aberto. A indústria da moda contribui com 10 por cento das emissões globais de gases de efeito estufa.

Este artigo foi traduzido para português com o auxílio de uma ferramenta de IA.

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Em resumo
  • A Lagos Fashion Week atua como uma plataforma crucial para promover a moda sustentável na África, incentivando designers a adotar práticas responsáveis através de programas como o "Green Access".
  • Designers africanos estão inovando ao utilizar materiais locais e naturais, como índigo, ráfia, fibras de abacaxi e tecidos reciclados, para criar coleções ecologicamente conscientes.
  • Apesar do avanço da moda sustentável, a indústria enfrenta o desafio do consumo excessivo e do crescente volume de resíduos têxteis gerados pela fast fashion, que impactam negativamente o meio ambiente.
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