Projeto Moda Rua e Arte mostra que moda é ferramenta de transformação social

Com um desfile foi encerrada a 1a edição do projeto "Moda, Rua e Arte" no Ceu – Cendro de Educação Unificado – Paulistano, na zona Norte de São Paulo, na primeira quinzena de maio. A iniciativa foi promovida pela marca Cavalera, o Instituto filantrópico Cia dos Sonhos e apoio da vereadora Sandra Santana.

Foram 29 participantes, entre 18 e 68 anos dos bairros de periferia José Bonifácio, Canta Galo e Perus que mostraram na passarela o resultado da capacitação. Mais que moda, foi um manifesto vivo e potente que celebrou a diversidade, a ancestralidade e a força criativa.

As peças, únicas, de grande impacto visual, foram criadas por meio de técnicas de upcycling, colagem, costura, bordado, customização e consciência ambiental, trazendo à tona histórias pessoais, lutas coletivas e sonhos compartilhados.

A passarela foi tomada por frases de ordem, cores vibrantes, texturas inesperadas e elementos do grafite, da religiosidade, da moda urbana e da resistência das comunidades, ao som de hip-hop, rap e dancehall.

A beleza, assinada por Luana Karla Rosa, seguiu a mesma linha de autenticidade e representatividade com peles reais, delineados gráficos, brilhos sutis, tons terrosos e dourados em sintonia com referências afro e urbana. Já os cabelos celebraram a textura natural dos fios crespos, cacheados e ondulados — não como tendência, mas como afirmação de identidade e orgulho.

Após a apresentação os alunos receberam a certificação de conclusão do curso com a presença do diretor criativo da Cavalera, Alberto Hiar, da assessora parlamentar da vereadora Sandra Santana, Marlena Payan, do diretora do Cia dos Sonhos, Elizabete Pereira da Silva Gabriel, do gestor do Ceu Paulistano, Evandro Fabrício Americo de Campos e dos professores do projeto Moda Rua e Arte - Betinho Hiar, Adriano Florêncio das Neves e Monica Barboza.

“Construir esse desfile com peças criadas pelos nossos alunos é uma mistura poderosa de orgulho, emoção e realização. É ver sonhos que começaram com uma ideia, uma conversa ou um primeiro ponto de costura se transformarem em arte viva na passarela. A sensação é de estar diante de um marco — não só para quem criou, mas para toda a comunidade envolvida. Cada look carrega histórias pessoais, superações, referências culturais e muito trabalho manual. Quando essas peças ganham o palco, é como se cada aluno estivesse dizendo: "eu posso, eu crio, eu existo" — e o público sente essa verdade”, disse Mônica Bezerra, diretora e Stylist do desfile, em comunicado para divulgação.

“Ao me envolver com a moda, me tornei uma pessoa melhor — ganhei novas referências culturais, aprendi a enxergar além da indumentária e passei a valorizar a estética em diversos aspectos da vida, até nos pratos que degusto. A moda enobrece o corpo e a alma. A inclusão e a oportunidade sempre foram pilares centrais da Cavalera, provando que a moda pode — e deve — ser para todos.”, ressaltou Alberto Hiar, diretor criativo da Cavalera.

“Além de desenvolver habilidades em moda arte e design, o projeto Moda Rua e Arte promove confiança, autoestima, inclusão e diversidade, culminando com interação e diálogo.” destacou Marlena Payan, assessora parlamentar da vereadora Sandra Santana, no mesmo informativo.