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Sartasiñani - coletivo de imigrantes bolivianas - lança primeira coleção

By Marta De Divitiis

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Moda

Dia 20 (quinta-feira) na FAAP - Fundação Armando Álvares Penteado - o coletivo Sartasiñani - que na etnia Aymara, dos integrantes, tem o significado “Levante-se!” Fará o lançamento de sua primeira coleção. O evento terá transmissão online, pelo Instagram da marca.

Formado por um grupo de imigrantes bolivianas, costureiras, moradoras da Casa Verde Alta, na capital paulista, o coletivo tem como principal objetivo a união de forças para superarem conjuntamente as condições precárias de trabalho e de renda, dentro do conceito de negócio de impacto social. As roupas, inspiradas na cultura ancestral andina conta com cores e estampas vibrantes.

Colabora Moda Sustentável oferece apoio

O projeto motivou o apoio de diversas instituições que fazem parte do Colabora Moda Sustentável. O Instituto Ecoar para a Cidadania foi a entidade âncora que viabilizou repasses financeiros, cuidou da administração e introduziu no projeto a dimensão da economia circular. O Instituto C&A disponibilizou recursos para capacitação das costureiras. A seção brasileira da Alampyme -- Associação Latino-americana de Micro, Pequena e Média Empresa - incorporou-se sendo que o presidente, Sergio Miletto, passou a integrar, ao lado da Nancy Guarachi (uma das integrantes do coletivo) a coordenação do projeto.

Para Nina Braga, do Conselho do Instituto-E, organização que também apoia a iniciativa, “este coletivo é um exemplo para outros grupos de costureiras por conta de ter reunido mulheres guerreiras que enfrentaram muitas situações adversas, a começar pela sua condição de imigrantes, para conquistar um espaço próprio que lhes possibilitou transformar suas vidas. Sua resiliência, criatividade e empoderamento são inspiradores”, diz Nina.

Roupas com história

O projeto - piloto - contou com a parceria da escola de moda intercultural Ewa Poranga. Em todas as etapas, o processo de criação foi conjunto e participativo. A participação das mulheres do coletivo - que hoje conta também com um homem e com a esposa brasileira de um imigrante boliviano - sempre foi estimulada e suas decisões, respeitadas. A última palavra sobre os conceitos, as criações e os caminhos a serem percorridos sempre foi deles.

As modelagens foram desenvolvidas para que tanto mulheres quanto homens pudessem vestir qualquer peça e as estampas carregam o colorido característico dos povos andinos. “Queremos que as pessoas comprem nossos produtos por serem peças desejadas e não para sentirem que estão colaborando com um trabalho de impacto social”, destaca Miletto no release de divulgação.

Todo o processo de implantação do coletivo e desenvolvimento da coleção está sendo documentado, pois um dos objetivos desse projeto-piloto é sua reaplicação em outros territórios e segmentos, de acordo com o perfil de seus integrantes e as características do mercado em que se situar.

Fotos: Ludmila Lower

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