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SPFW N55 - a moda como reflexo das questões contemporâneas

By Marta De Divitiis

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Moda

Meninos Rei, foto Zé Takahashi/Agência Fotosite

A 55a. Edição da SPFW - São Paulo Fashion Week - aconteceu de 25 a 28 de maio, em três diferentes endereços: no Senac Lapa FAU, na Lapa pela manhã; no Shopping Iguatemi, à tarde e no Komplexo Tempo, na Mooca, à noite. Já no dia 22, João Pimenta, fez a pré abertura da mostra, apresentando coleção comemorativa de seus 20 anos de trabalho, num desfile no Teatro Municipal de São Paulo, no centro da capital paulista. Ao todo foram 31 desfiles presenciais e 10 Fashion Filmes.

A diversidade de modelos, já consolidada desde a edição passada, se estendeu à diversidade regional das marcas, trazendo estreantes cearenses (Marina Bitu e David Lee), provenientes da Bahia (Gefferson Vila Nova) e a carioca (The Paradise), além da paulistana Forca Studio. O evento, como um todo, busca reforçar a moda como plataforma de causas sociais, como a inclusão e a diversidade. Vale lembrar que o projeto Cria Costura, aceleradora criativa, apresentou uma exposição no Komplexo Tempo, com peças elaboradas na terceira edição do programa, realizado na Brasilândia e Cidade Tiradentes. O programa, criado pelo INMODE- Instituto Nacional de Moda, Design e Economia Criativa, e pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, identifica e promove talentos, transformando competências técnicas de costura em habilidades de valor agregado.

Nas passarelas desta edição o público viu um desdobramento das tendências apresentadas na temporada anterior - laminados, brilhos, modelagens confortáveis, acrescidos de tonalidades vibrantes, bem mais utilizadas agora, formando uma paleta de arco íris, que nos remete às questões LGBTQIA+. O marrom e suas sub-tonalidades vieram para ficar, trazendo ares de terra batida, de chão de terreiro e de aconchego. Foi uma espécie de continuação das passarelas N54 e das questões anteriormente levantadas, mostrando que a moda reflete e permite discutir os anseios e questionamentos sociais e políticos.

Santa Resistência, foto Zé Takahashi/Agência Fotosite

The Paradise, foto Marcelo Soubhia/Agência Fotosite

Isaac Silva, foto Marcelo Soubhia/Agência Fotosite

Gefferson Vila Nova, foto Gabriel Cappelletti

Dendezeiro, foto Marcelo Soubhia/Agência Fotosite

Thear, foto Zé Takahashi/Agência Fotosite

Igor Dadona, foto Marcelo Soubhia/Agência Fotosite

Cores e estampas

As cores vibrantes quebraram a monotonia dos neutros preto e branco, que não deixaram de surgir em todas as passarelas praticamente. O vermelho vivo surgiu imponente na Santa Resistência e as estampas multicoloridas deram vida à passarela da Meninos Rei, The Paradise e Isaac Silva. Em Igor Dadona veio numa profusão de flores em sobretudo de linhas arredondadas. Quase todas as marcas apresentaram alguns looks monocromáticos, como Gefferson Vila Nova. Os tons terrosos marcaram peças da Dendezeiro e se desdobrou no bege da Thear.

Walério Araújo, foto Zé Takahashi/Agência Fotosite

Patricia Viera, foto Marcelo Soubhia/Agência Fotosite

Apartamento 03, foto Zé Takahashi/Agência Fotosite

Brilhos e laminados

Reforçando a temporada anterior, os brilhos e laminados permanecem sólidos nas coleções. Walério Araújo, que homenageou a ex-modelo e apresentadora Elke Maravilha, trabalhou o brilho desde sutis paetês em tom pastel até vibrantes looks roxos. Além dele, se viu o couro laminado, trabalhado como num patchwork sobre tela em Patricia Viera. Apartamento 03 trouxe o laminado em paletós e saias plissadas. As franjas de João Pimenta, em canutilhos trouxeram brilho discreto, assim como o bordado sobre renda.

LED, foto Zé Takahashi/Agência Fotosite

João Pimenta, foto Marcelo Soubhia/Agência Fotosite

Minisis, foto Zé Takahashi/Agência Fotosite

Marina Bitu, foto Gustavo Scatena/Agência Fotosite

Transparências e babados

As transparências surgiram de forma mais sutis em Fernanda Yamamoto, em outras mais explícitas como na mineira LED. João Pimenta ousou trazendo a transparência da renda branca rebordada para o território masculino. Já os babados vieram em várias formas, tanto horizontais como verticais. Estiveram presentes na Minisis e Marina Bitu, além de outras marcas.

Fernanda Yamamoto, foto Gustavo Scatena/Agência Fotosite

Foz, foto Felipe Russo

Greg Joey, foto Zé Takahashi/Agência Fotosite

Rafael Caetano, foto Zé Takahashi/Agência Fotosite

Forca Studio, foto Zé Takahashi/Agência Fotosite

Modelagem confortável e linhas amplas

Mesmo que de forma mais luxuosa, como em Fernanda Yamamoto, o conforto aparece com vários vieses. Na estreante Foz, vem com um look básico de calça e blusa, ou mesmo na amplidão de vestidos. Já em Greg Joey tanto no feminino como no masculino, em macacão e calça e camisa. Rafael Caetano trouxe o conforto nos tecidos leves e modelagem solta. Forca Studio na camiseta, nos shorts e calças de alfaiataria.

Ponto Firme, foto Marcelo Soubhia/Agência Fotosite

David Lee, foto Marcelo Soubhia/Agência Fotosite

Weider Silverio, foto Zé Takahashi/Agência Fotosite

Handmade valorizado

Os fazeres manuais continuam em alta, numa ascendente constante. A Ponto Firme trouxe toda uma coleção em crochê, agora com inserção de materiais tecnológicos, mais sofisticados. Outro que usou o crochê, de forma primorosa, em total look, foi o estreante David Lee. O fuxico, antiga arte de se utilizar recortes de tecido, foi usada lindamente em Weider Silverio. E mesmo na saia mencionada anteriormente, da Dendezeiro, se vê o trabalho artesanal.

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