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Trabalhadores da indústria têxtil de Bangladesh protestam por maiores salários

By Marjorie van Elven

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Moda

Milhares de empregados de fábricas de roupas estão tomando as ruas de Bangladesh há quatro dias consecutivos, exigindo um aumento no salário mínimo do país. De acordo com a agência de notícias Reuters, eles estão sendo duramente repreendidos pela polícia, o que resultou na morte de um manifestante na terça feira. Dezenas de outros foram feridos.

Em setembro, o Ministério do Trabalho de Bangladesh anunciou um aumento no salário mínimo de 5.300 takas (aproximadamente 233 reais) para 8000 takas (350 reais), a ser implementado a partir de dezembro. O último aumento de salário mínimo no país foi em 2013, mesmo ano do desabamento da fábrica de roupas Rana Plaza, que matou 1134 trabalhadores. Era sabido que o prédio corria riscos, mas os donos da fábrica exigiram que os empregados continuassem trabalhando normalmente. Os manifestantes alegam que não só o aumento anunciado em setembro não é suficiente para conter o aumento do custo de vida nos últimos cinco anos, como os donos das fábricas não o implementaram em dezembro conforme combinado.

Um comitê envolvendo o governo, donos de fábricas e sindicatos de trabalhadores da indústria têxtil foi formado ontem na tentativa de chegar a um consenso sobre a questão, mas isso não impediu os manifestantes de tomar as ruas mais um dia.

Bangladesh é o segundo maior exportador de roupas do mundo

A economia de Bangladesh é extremamente dependente das exportações de roupas, as quais geraram quase 30 bilhões de dólares para o país em 2017. Embora algumas grandes marcas tenham resolvido levar a fabricação de suas roupas para a Turquia e o México para evitar uma crise de imagem após o desastre de Rana Plaza, Bangladesh continua sendo o segundo maior exportador de roupas do mundo, de acordo com a Organização Mundial do Comércio.

Os baixos custos são o principal fator que leva marcas de moda a contratar fábricas de Bangladesh, o que explica por que o governo e os empresários relutam tanto em adotar medidas para garantir a segurança dos trabalhadores e um sustento digno.

No ano passado, a Suprema Corte de Bangladesh determinou que o Acordo de Bangladesh saísse do país até o fim de Novembro. Criado em 2013 após o desastre, o Acordo de Bangladesh é uma iniciativa independente envolvendo mais de 200 empresas de vestuário do mundo todo, as quais conduzem inspeções de segurança frequentes nas fábricas do país. O governo alegou que as atividades do Acordo não se fazem mais necessárias, pois não houve nenhum grande incidente envolvendo fábricas de roupas no país nos últimos cinco anos. Além disso, o governo afirmou que sua própria agência regulatória tem condições de inspecionar as fábricas sozinha daqui para a frente. O Acordo de Bangladesh recorreu da decisão e a próxima audiência está marcada para o dia 21 de janeiro.

Crédito da foto: Clean Clothes Campaign; Kristof Vadino via Maquila Solidarity Network

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