Wonder Dataset – primeiro banco de dados de moda inclusivo – será lançado na Pop Plus
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Desenvolvido ao longo de dois anos de imersão por Amanda Momente, uma das principais vozes da Pop Plus, feira voltada para os consumidores Plus, a empreendedora transformou seu conhecimento em moda plus size, pesquisas e processos em um dataset próprio de referências, materiais, caimentos, modelagens e decisões criativas. Essa infraestrutura permite que qualquer criador faça o mesmo, projetando um sistema preciso para desenvolver, testar e aprimorar coleções de forma escalável. O Wonder Dataset é o primeiro banco de dados inclusivo de moda brasileira, treinado com IA generativa e metadados corporais, de corpos diferentes dos tradicionais padrões estéticos (magros e esguios), que conectam tecnologia, criatividade e inclusão, da formação técnica à experimentação com novas linguagens visuais.
“O Wonder Dataset surgiu da necessidade de colocar dados públicos de corpos gordos na Internet e por meio disso a WonderSize (marca fitness Plus, desenvolvida por ela) me auxiliou com a Inteligência de designer, sempre em contato com nossas clientes, desenvolvendo produtos juntos,” explica Amanda para o FashionUnited.
Pilares para desenvolvimento de produto e comportamento de mercado
De acordo com a AI Fashion Architect, como se denomina Amanda, foram criados 8 pilares de desenvolvimento de produtos e comportamento de mercado. “Resolvemos que já era hora de tornarmos esses dados públicos, para oferecer mais acesso à moda inclusiva e até para evitar erros, democratizando realmente a Moda. A Inteligência Artificial hoje é o que corta todo um caminho. Se eu espero um dia encontrar roupas adequadas para mim, (que me defino como um corpo gordo) num Shopping qualquer, tenho que deixar todos esses dados que coletei ao público interessado”, justifica.
O Wonder Dataset será disponibilizado gratuitamente, por meio de um link que poderá ser acessado nas bios dos perfis das redes sociais da WonderSize e da Amanda Momente a partir do lançamento dele que será às 11h no dia 6, na feira Pop Plus. “É uma IA incrível, basta conversar com ela solicitando o que deseja em termos de design, tendências dentro do universo do design afetivo em que cabem desde os corpos padrão como aqueles diferentes”, avalia a profissional.
Ainda sobre a Wonder Dataset: “é um bot para quem quer criar um produto favorito de alguém, gerando novas sensações, criando conexões com as pessoas, criando comunidades.” Segundo Amanda tem também vários insights sobre comportamento. Como não existia (até agora) dados públicos sobre pessoas fora do padrão, quando Amanda começou a utilizar a IA percebeu que a IA vê o corpo dela, mais gordo, como um erro. “A IA trava ao pedir imagem de um corpo gordo; quando falo “gordo” a IA empaca. Tive que “ensinar” a IA sobre este tipo de corpo por meio da minha base de dados”, diz Amanda.
“Os bancos de dados públicos que definem ‘o corpo humano’ ficaram congelados no tempo”, diz Amanda, “Se a indústria da moda pretende formar uma nova geração de estilistas preparada para o século XXI, precisamos atualizar urgentemente essas bases. Sem dados reais, diversos e mensuráveis, não existe modelagem precisa, inovação ou responsabilidade social. A próxima revolução da moda nasce da atualização do que consideramos corpo ideal e isso exige consolidar a existência desses dados que representem os corpos de hoje”, pontua a designer.
O futuro da moda passa pelo domínio da arquitetura de dados e de comportamento
“A gordofobia é um problema da IA e por meio do Dataset é possível ainda qualquer marca desenvolver modelos de IA de prova, oferecendo dados mais assertivos para reduzir trocas e também treinar para ter chats sem o viés gordofóbico”, acrescenta.
Segundo a profissional, que se considera autodidata, seu principal objetivo é mostrar ser possível redesenhar a criação, a produção e a representação dos corpos na moda, revelando o papel dos algoritmos. “Tudo isso tem me dado a certeza de que quem domina arquitetura de dados + comportamentos humanos + Design Tech, hoje, domina o futuro da moda”, afirma a empresária.
Para Amanda, além de produtos, esse movimento entrega algo raro na moda brasileira atual: roupas capazes de acompanhar todos os tipos de corpos no ritmo da vida real, favorecendo saúde, autonomia e o simples prazer de se movimentar. “O impacto e sucesso da WonderSize reverberou no setor de moda e estimulou marcas como Centauro, Netshoes, Pantys e Posthaus a ampliarem sua presença no esporte e no varejo de moda”, observa.
Para Amanda, o momento é decisivo: “a moda brasileira está diante de um ponto de virada. Quando combinamos inteligência artificial, bancos de dados estruturados e metodologias de design centradas no ser humano, abrimos espaço para uma moda que respira responsabilidade. Uma indústria menos tóxica nasce quando o desenvolvimento de produtos começa pela empatia: compreender corpos reais, mapear necessidades e projetar soluções que respeitam quem veste e o planeta que sustenta tudo. Essa é a infraestrutura de moda do futuro”, finaliza.
A feira Pop Plus, que completa 13 anos de existência será dias 6 e 7 de dezembro, das 11h às 20h, no Memorial da América Latina, no Espaço Multiuso.
- Amanda Momente, uma das vozes ativas da Pop Plus, lança o Wonder Dataset, o primeiro banco de dados inclusivo de moda brasileira, treinado com IA generativa e metadados de corpos diversos.
- O Wonder Dataset será disponibilizado gratuitamente para democratizar o acesso à moda inclusiva, permitindo que criadores desenvolvam e aprimorem coleções de forma escalável.
- A iniciativa visa combater a gordofobia na IA e redefinir a moda, promovendo uma indústria mais responsável e empática através da arquitetura de dados e design centrado no ser humano.