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Das estrelas ao produto: a moda está deixando para trás os designers midiáticos

Em um cenário de enfraquecimento do luxo, as marcas buscam perfis que agreguem valor e coerência, além do espetáculo do próprio designer
By AFP

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Matthieu Blazy, desfile Bottega Veneta SS25 Créditos: ©Launchmetrics/spotlight

Paris – As nomeações de Jonathan Anderson na Dior e Matthieu Blazy na Chanel parecem virar a página da era dos designers-estrela, com perfis que se concentram mais no produto e menos na encenação.

Pouco presentes na mídia e nas redes sociais, ambos os criativos preservaram ao máximo sua vida privada e estão nos antípodas das figuras conhecidas que dominavam o cenário da moda até agora.

Seguindo seus passos, também figuram Glenn Martens, que assumiu o lugar do excêntrico John Galliano na Maison Margiela, Michael Rider, sucessor do influente Hedi Slimane à frente da Celine, ou Pierpaolo Piccioli, que substituiu o provocador Demna na Balenciaga.

"É um pouco como a temporada que recompensa os bons alunos", diz à AFP Pierre Groppo, redator-chefe de moda e lifestyle da Vanity Fair France.

"Estamos muito longe de Galliano ou Karl Lagerfeld, reconhecíveis entre todos, que eram realmente entidades acima das marcas", analisa por sua vez Adrien Communier, chefe da seção de moda da GQ France.

A era de ouro dos designers-estrela, nos anos 1990 e 2000, viu surgir diretores artísticos que se tornaram tão famosos quanto as casas que representavam.

Agora, a moda retorna aos designers a serviço da marca.

Valor agregado

Esta nova estratégia ocorre em um contexto econômico menos favorável para o setor de luxo.

Após vários anos de prosperidade pós-pandemia, a indústria da moda enfrenta um enfraquecimento da demanda, especialmente na Ásia, e a ofensiva protecionista dos Estados Unidos, que acabam de impor novas tarifas.

"As marcas buscam criar mais valor. Elas precisam legitimar sua posição recuperando um verdadeiro valor agregado", comenta Alice Feillard, diretora de compras masculinas da Galeries Lafayette.

"Isso é exatamente o que o cliente pede hoje em dia", continua. Menos espetáculo e mais estilo: "Falar-se-á da história das marcas, de sua experiência técnica e do produto em si".

Discretos mas experientes

Nesse contexto, as nomeações de Jonathan Anderson e Matthieu Blazy, ambos com 41 anos, surgem como decisões estratégicas.

"Ambos compartilham uma abordagem baseada na cultura, na técnica e na inteligência da confecção, com uma visão artística inscrita a longo prazo, não em modismos passageiros", explica Sophie Abriat, autora especializada em moda e luxo.

Embora sejam relativamente desconhecidos do grande público, sua trajetória fala por si.

O norte-irlandês Jonathan Anderson, antes de ser nomeado para o comando das linhas masculina, feminina e de alta-costura da Dior, já havia provado seu valor no grupo LVMH.

No comando da marca espanhola Loewe nos últimos 11 anos, ele a transformou em um dos maiores sucessos do grupo de luxo. Sua própria marca, JW Anderson, também alcançou um bom reconhecimento.

O franco-belga Matthieu Blazy contribuiu para o novo impulso na popularidade da Bottega Veneta (grupo Kering), da qual foi diretor artístico entre 2021 e 2024, injetando audácia no conhecido couro trançado da marca italiana.

São perfis experientes cujo "objetivo não é tanto revolucionar, mas ter um discurso coerente, autêntico e forte, que ressoe tanto na marca quanto na evolução dos consumidores", destaca Serge Carreira, professor na Sciences Po Paris e especialista na indústria do luxo.

As marcas serão as estrelas, e não os designers, insiste Alice Feillard. "É algo muito positivo: precisamos recuperar mais criatividade", acrescenta.

Embora menos visíveis, esses criadores "não estão menos expostos", estima Sophie Aubriat. "Espera-se deles não apenas uma visão criativa sólida, mas também resultados financeiros concretos".

Este artigo foi traduzido para português com o auxílio de uma ferramenta de IA.

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Em resumo
  • A moda está se afastando dos designers-estrela em direção a perfis mais focados no produto e menos na encenação, com criativos discretos e experientes.
  • Em um contexto econômico menos favorável, as marcas de luxo buscam criar mais valor, legitimando sua posição com um verdadeiro valor agregado e focando na história, experiência técnica e no produto em si.
  • As nomeações de Jonathan Anderson e Matthieu Blazy são estratégicas, visando uma visão artística de longo prazo, coerente e autêntica, que ressoe tanto na marca quanto na evolução dos consumidores, com as marcas sendo as verdadeiras estrelas.
Direção criativa