Demna: de estilista provocador a profissional "moderado"
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Paris - Na infância, Demna fugiu da guerra e encarava a moda como um "campo de batalha", sem hesitar em provocar e até mesmo incomodar. Tendo ido longe demais, o estilista georgiano, que migra de Balenciaga para Gucci, foi obrigado a se controlar.
"A contribuição de Demna para a moda, para a Balenciaga e para o sucesso do grupo é imensa. Sua força criativa é exatamente o que a Gucci precisa", afirmou François-Henri Pinault, CEO (diretor executivo, na sigla em inglês) da Kering, empresa controladora das marcas, em comunicado que anunciou essa transferência inesperada em meados de março.
Seu último desfile para a grife francesa, na quarta-feira, em Paris, durante a semana da alta-costura, foi um dos mais aguardados e, sem dúvida, contou com a presença de diversas estrelas próximas ao estilista. Ele se juntaria à grife italiana no dia seguinte.
Desde 26 de junho de 2025, uma exposição intitulada "Balenciaga por Demna" atrai público na sede parisiense da Kering. A mostra celebra seus dez anos de criações por meio de cerca de cem peças, desde vestidos de alta-costura até tênis XXL, passando pela famosa bolsa de couro inspirada na sacola da Ikea. Sem ressentimentos, Demna revela inclusive um e-mail de 2007 no qual a Balenciaga recusou sua candidatura.
História de sucesso e contratempos
Quase vinte anos depois, o georgiano de 44 anos transformou a grife em uma marca desejada, com faturamento superior a um bilhão de euros. As chaves desse sucesso são seu estilo iconoclasta, que abrange de camisetas a alta-costura, sua capacidade de tornar "feio" algo desejável – de Crocs com plataforma a bolsas inspiradas em sacolas de lixo – e suas conexões com celebridades, da rapper americana Cardi B à atriz francesa Isabelle Huppert.
Mas tudo isso não aconteceu sem contratempos. Voltando a 2022. Em outubro, a Balenciaga precisou romper com o rapper Kanye West, amigo de Demna que abriu seu desfile três semanas antes, em Paris, após seus comentários antissemitas.
Em novembro, o próprio estilista, listado entre as 100 personalidades mais influentes do mundo pela revista americana Time, viu-se no olho do furacão após uma campanha publicitária que mostrava crianças com acessórios de inspiração sadomasoquista.
Demna reconheceu uma "escolha artística equivocada" e prometeu mudar sua "abordagem provocativa" na maneira de conceber e apresentar suas roupas. "Temos o direito de errar em um grupo como a Kering. Não temos o direito de cometer o mesmo erro duas vezes", advertiu François-Henri Pinault.
Com desfiles em uma mesa de cozinha XXL inspirada na de sua avó ou em um corredor estreito dentro de um cubo preto, em vez de na lama, e com coleções sempre com forte pegada streetwear, o estilista reduziu o tom desde então, mas manteve suas marcas registradas.
Será suficiente para reerguer a Gucci, que vem perdendo força? As ações da Kering despencaram após o anúncio de sua nomeação, com investidores esperando um nome de peso vindo de fora, segundo analistas.
"Traumas"
Demna Gvasalia, que abandonou seu sobrenome para atuar no mundo da moda, nasceu em 25 de março de 1981 em Sukhumi, na Abecásia, região da Geórgia, então república soviética.
Na década de 1990, após a queda da URSS, ele e sua família fugiram da "limpeza étnica" dos georgianos pelos separatistas abecásios pró-Rússia. "A guerra na Ucrânia despertou a dor e os traumas que eu carregava", confessou ao dedicar, em março de 2022, um desfile ao país recém-invadido pela Rússia, no qual "refugiados" seminus carregando sacolas de lixo desfilaram sob uma tempestade de neve. As bolsas foram vendidas posteriormente por mais de 1.500 euros.
Formado pela Academia Real de Belas Artes de Antuérpia (Bélgica), Demna trabalhou na Maison Margiela e na Louis Vuitton, antes de criar, com seu irmão, em 2014, a marca Vetements e, em seguida, ser nomeado diretor criativo da Balenciaga em 2015.
Em uma entrevista de 2021 à revista Vanity Fair, ele afirmou que a moda era para ele "uma batalha", daí "a agressividade e a melancolia" de suas criações.
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- Demna, após uma infância marcada pela guerra, transformou a Balenciaga em uma marca desejada, impulsionada por um estilo iconoclasta e conexões com celebridades.
- Apesar do sucesso, Demna enfrentou contratempos, incluindo polêmicas com campanhas publicitárias e rompimentos com figuras controversas, levando a promessas de moderação.
- Após dez anos na Balenciaga, Demna se prepara para assumir um novo desafio na Gucci, com a expectativa de revitalizar a marca, embora sua nomeação tenha gerado reações mistas entre investidores.