Moda perde a Rainha do Punk e ativista climática Vivienne Westwood
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Imagem: Letters to Earth, Vivienne Westwood, por Tania Hoser
Por meio da conta oficial no Twitter a marca da designer britânica Vivienne Westwood anunciou sua morte ontem, dia 29. “Vivienne Westwood morreu hoje (ontem), pacificamente, rodeada por sua família em Clapham, Sul de Londres. O mundo necessita de pessoas como Vivienne para mudar o mundo para melhor,” diz a nota. A estilista tinha 81 anos e a causa da morte não foi revelada.
Revolucionária, Vivienne despontou na moda por meio de seu envolvimento no movimento Punk, ainda no fim dos anos de 1970. Ao lado de Malcolm Mclaren, empresário da banda Sex Pistols, mantinha uma loja chamada SEX na Kings Road, no bairro de Chelsea e assinou o figurino da banda. Logo as camisetas picotadas, roupas de couro e tachas, com viés BDSM - acrônimo em inglês para as práticas sexuais sado masoquistas - e slogans provocativos tomaram as ruas londrinas, numa onda de transformação que reverberou mundo afora.
Técnica, irreverência e ativismo ambiental
Já a partir de seu primeiro desfile, em 1981, quando já tinha abandonado o Punk, a estilista passou a utilizar referências históricas como inspiração. A silhueta ampulheta, os corselets, o uso do xadrez, a alfaiataria apurada, sempre com traços de ironia e irreverência são características da designer, assim como os saltos de 25 centímetros (que fez Naomi Campbell cair na passarela em 1993). Foi inclusive chamada de arqueóloga de silhuetas históricas.
A irreverência teve seu ponto alto quando, em 1992, ao receber a condecoração Ordem do Império Britânico por seus serviços pela indústria da moda, apresentou-se sem lingerie. Seus desfiles, sempre com ares dramáticos chamavam a atenção. Vestidos de noiva como o usado pela personagem Carrie Bradshaw no filme Sex and the City, lançado em 2008, são famosos.
Seu ativismo político e ambiental foi notório, tendo apoiado inúmeras campanhas como as da Anistia Internacional, por melhores condições de trabalho, tendo sido inclusive embaixadora do Greenpeace. Foi a responsável pelo logo oficial da campanha “Salvem o Ártico” em 2013 e em 2015 lançou uma campanha global contra a pesca industrial na área.
“Eu uso a moda como desculpa para falar sobre política. Porque sou uma fashion designer, isso me dá voz, o que é realmente muito bom,” disse.
Collab com a Melissa
Entre 2008 e 2018 a estilista fez colaborações com a Melissa, da Grendene. O início da colaboração, segundo o site FFW, se deu com uma exposição dos calçados de Viviennne no SPFW - São Paulo Fashion Week. A partir daí, foram várias as colaborações, sendo que ficaram icônicos os escarpins e sapatilhas, inclusive infantis, com corações ou cerejas adornando a gáspea.
Foto: cortesia Melissa