Pierre Cardin morre aos 98 anos na França

A família de Pierre Cardin anunciou seu falecimento na manhã de hoje, na França, aos 98 anos. O estilista estava internado no hospital Neully-sur-Seine, mas as causas da morte não foram divulgadas.

“Dia de grande tristeza para toda a nossa família, Pierre Cardin já não está. O grande costureiro que foi, atravessou o século, deixando à França e ao mundo uma herança artística única na moda, mas não apenas isso. Todos temos orgulho da sua ambição tenaz e da ousadia que demonstrou ao longo da vida”, escreveu a família no comunicado, de acordo com o portal G1.

Pioneiro em vários setores como no licenciamento de sua marca e a moda unissex, Cardin, que nasceu em Veneza, Itália e se mudou com a família para a França aos dois anos, onde se naturalizou, começou na moda aos 14 anos, como alfaiate. Entre seus feitos está a primeira coleção masculina, lançada em 1960. Trouxe também, com os colegas Paco Rabanne e André Courreges, o conceito de futurismo na moda da década.

Exposição e palestra no Brasil

Em 2011 em São Paulo, Cardin inaugurou pessoalmente uma exposição em homenagem aos 60 anos na Moda, com curadoria de Denise Mattar. “Pierre Cardin - Criando Moda e Revolucionando Costumes, no Shopping Iguatemi. No entanto, o estilista esteve no Brasil aproximadamente 12 vezes, como em 1973 enquanto Cacá Diegues filmava com Jeanne Moreau "Joana, a Francesa", onde trabalhou como ator e assinou os figurinos.

Em palestra realizada durante a inauguração de sua exposição em 2011, o profissional falou sobre o lançamento da coleção pret-à-porter, pioneira, e que lhe custou a saída da Câmara Sindical de Alta Costura. “Eu sempre pensava na possibilidade de vestir muitas pessoas, na verdade trabalhadores; ao mesmo tempo, não havia muitos consumidores de alta costura; aliás, se eu tivesse continuado só com a alta costura, hoje não estaria aqui”, revelou. “Não há vulgaridade alguma em vestir quem trabalha”, concluiu.

O empresário chegou a contar com mais de 750 licenciamentos em todo o mundo e revelou que o pret-à-porter lhe trouxe a fortuna. Quanto à moda ele dizia que mais do que trabalho, havia prazer. “A moda situa as pessoas no tempo e no espaço; um homem nu no deserto não tem identidade, não tem nacionalidade; a moda mostra sua condição sócio-cultural, é uma radiografia social dos indivíduos; imaginem uma cidade sem moda, ela não existiria; por sorte há a moda e ela é extraordinária, “disse na ocasião.

Fotos: site Pierre Cardin