Restrições em São Paulo preocupam associações de lojistas
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As associações de lojistas e de shopping centers se manifestaram por meio de comunicados à imprensa sobre a volta do estado de S. Paulo à fase vermelha, numa tentativa do governador João Doria Jr de diminuir o contágio pela Covid-19. O governador determinou 14 dias, a partir de sábado, dia 06, de restrições, quando todo o comércio não essencial (saúde, alimentação e segurança) não pode funcionar. Lojas de shopping só poderão operar por meio de drive-thru, isto é, as compras deverão ser feitas em apps, WhatsApp e sites e a entrega, agendada, é feita com o comprador buscando o produto de carro, sem entrar no estabelecimento. A medida afeta especialmente os shopping centers (um terço dos shoppings center do país ficam dentro do estado de SP), galerias e lojistas de comércio de rua.
Tito Bessa Jr, dono da rede de lojas TNG e presidente da Ablos - Associação Brasileira dos Lojistas Satélites - teme que as empresas fiquem inadimplentes, uma vez que muitas delas não se recuperaram ainda dos prejuízos sofridos desde o início da pandemia em 2020. “Estamos nos preparando para uma nova onda de demissões, muitos lojistas não conseguirão mais sobreviver neste caos, sem falar nas negociações com o shoppings que continuam relutantes,”disse no comunicado. Bessa Jr explica ainda que os lojistas não conseguirão arcar com despesas com renovação de contratos de aluguel com base no IGP-M - Índice Geral de Preços - Mercado; condomínio integral e custos operacionais. "Mais do que nunca precisamos de união, compreensão e ajuda”, explica.
Hospitais de campanha e oferta de transporte público
“Tínhamos a expectativa e a esperança que outras iniciativas fossem adotadas pelo governo, como a recriação de novos leitos em hospitais de campanha, o avanço nas testagens em massa para o Covid-19 e a aceleração da vacinação e isso não aconteceu, não somos os transmissores da doença ao contrário, os shoppings são locais seguros para as compras e lazer, seguimos à risca todo o protocolo de orientação dos órgãos da saúde”, conclui o executivo.
A Alshop - Associação Brasileira de Lojistas de Shopping - publicou nota dizendo que “vê com pesar” o recrudescimento das medidas adotadas. Nabil Sahyoun, presidente da entidade, concorda com Bessa Jr quando diz que o poder público deveria adotar a recriação de novos leitos em hospitais de campanha, a testagem em massa para o Covid-19, além de oferecer mais transporte público para a população.
Já a Abrasce - Associação Brasileira de Shopping Centers - divulgou nota explicando que o segmento irá cumprir as determinações governamentais e que está sendo discutido os impactos que o fechamento trará aos centros de compras e lojistas para que, unidos, pensem em possíveis soluções, segundo matéria no jornal Estado de S. Paulo.
Fotos: Artem Beliaikin, Drastic Graphics/Unsplash