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Governador baiano planeja acelerar industrialização

By Marta De Divitiis

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Negócios
Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia Credits: Mário Marques

Na cerimônia de abertura do 9º Congresso Internacional da Abit , iniciado ontem (30/10), no Senai Cimatec, em Salvador (BA), o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, anunciou planos para fortalecer o setor no Estado. Também expressou seu compromisso com a segurança jurídica e a viabilidade dos negócios. “Fizemos investimentos estruturantes em estradas, buscando portos, aeroportos e aeródromos, em prol da mobilidade de pessoas e de cargas, garantindo a produção e um ambiente seguro de energias renováveis”, salientou no release de divulgação. Além disso o governador reiterou a capacidade do estado oferecer matriz energética limpa e também mão de obra qualificada.

Para o presidente da FIEB - Federação das Indústrias do Estado da Bahia, Carlos Henrique Passos, a realização do evento no Estado contribui para alavancar o desenvolvimento do setor. “Vamos trilhar esse caminho de fortalecimento da cadeia certa da indústria local. Nada mais adequado do que estar neste congresso, que reverte numa expectativa muito grande, porque as discussões e a divulgação de conhecimento certamente serão fundamentais para essa industrialização, tão desejada por todos nós”, afirmou, de acordo com o mesmo informativo.

Plantação de algodão Credits: Trisha Downing/Unsplash

Estudo Têxtil da Bahia

O evento reuniu Marcelo Prado, diretor do IEMI – Inteligência de Mercado, e Vladson Menezes, superintendente da FIEB, para apresentar, em primeira mão, o “Estudo Têxtil da Bahia”. O trabalho foi realizado pelo Observatório da Indústria FIEB, com apoio do IEMI e do Senai Cimatec.

Apresentaram-se estudos de caso relevantes para o desenvolvimento do ambiente de negócios na esfera estadual, um balanço histórico e uma projeção do potencial do setor têxtil e de confecção. Segundo o levantamento, se fosse possível transformar toda a fibra de algodão da Bahia, haveria chance de alcançar a meta de 730 mil toneladas produzidas e o faturamento médio de 23 bilhões de reais, considerando apenas as manufaturas têxteis.

Para Marcelo Prado, caso tivéssemos uma cadeia hermética, o número de empregos poderia saltar dos 23 mil para 600 mil. “A indústria de têxteis e de confeccionados zeraria a mão de obra disponível no Estado. Não à toa, quando começaram seus processos de industrialização e globalização, os países asiáticos escolheram o setor como seu principal motor de desenvolvimento”, explicou, destacando que o cumprimento dessa projeção “alavancaria em 50 por cento o PIB da indústria do Estado”, disse no evento, segundo o release.

Corroborando com a análise, Vladson Menezes, da FIEB, reiterou que o diagnóstico inédito revela que, “dentro das vantagens competitivas próprias da Bahia, destacam-se as condições de logística, disponibilidade do algodão e a questão da resiliência das fibras naturais”. O debate ressaltou a necessidade de envolver o Governo do Estado, com todas as suas secretarias, entidades e órgãos da sociedade, em diálogos com o setor, seja no sentido de divulgar vantagens mercadológicas ou para viabilizar projetos de investimentos.

Nova realidade mundial

O embaixador Roberto Azevêdo, que foi diretor-geral da OMC - Organização Mundial do Comércio, ministrou a palestra inaugural da programação. Intitulada “Nova Realidade Mundial e seus Impactos”, a apresentação apontou três grandes rupturas estruturais na realidade mercadológica global: a revolução digital; o novo cenário de tensões geopolíticas; e a revolução da agenda ambiental e climática.

Tendências como a forte demanda global por critérios de rastreabilidade de matérias-primas e um alerta para a necessidade de amadurecimento desse processo, inclusive no setor têxtil e de confecção, estiveram entre as tônicas da palestra.

Outro tema relevante direcionou as análises para o movimento de internacionalização da China por meio de práticas como a do “friendshoring”, que estabelece parceria entre empresas de diferentes países. “Vivemos essa dicotomia de manter uma relação muito próxima da China do ponto de vista econômico e ter certa afinidade também de relações comerciais importantes com Europa, Estados Unidos e outros países”, afirmou durante a palestra. “São esses novos elementos da geopolítica internacional que precisam ser bem pensados”, complementou.O diplomata encerrou a palestra tecendo elogios ao setor têxtil e de confecção.

Platéia do 9o. Congresso Internacional Abit Credits: Mário Marques
Resumo
  • Governador da Bahia anuncia planos para fortalecer o setor têxtil, destacando investimentos em infraestrutura e energia renovável.
  • Estudo aponta potencial do setor têxtil baiano, com possibilidade de aumento significativo na produção, faturamento e empregos.
  • Palestra inaugural discute a nova realidade mundial, com foco em geopolítica, revolução digital e sustentabilidade, impactando o setor têxtil.
Algodão
Congresso Internacional Abit
FIEP
Friendshoring
OMC