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H&M suspende compra de couro brasileiro

By Marta De Divitiis

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Negócios

A gigante varejista enviou comunicado às agências de notícias na quinta-feira (dia 5) anunciando a suspensão temporária da compra de couro brasileiro. O boicote é uma resposta aos incêndios na Amazônia, que têm gerado uma grande indignação global. “Devido aos graves incêndios na parte brasileira da floresta amazônica e às conexões com a produção de gado, decidimos suspender temporariamente o couro do Brasil”, afirmou a H&M no documento. “A proibição permanecerá ativa até que existam sistemas de garantia críveis para verificar se o couro não contribui para danos ambientais na Amazônia,”continua o comunicado.

O boicote acontece logo depois do presidente Bolsonaro ter assinado um decreto proibindo as queimadas em todo o país por 60 dias. Os incêndios geraram discussões diplomáticas especialmente com o presidente francês Emmanuel Macron, que acusou o colega brasileiro de ter mentido a respeito de seu comprometimento em relação às questões climáticas e ambientais. De acordo com dados do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - durante o mês de agosto, 29.944km2 do bioma foram queimados.

A semana passada a V F Corporation, detentora de marcas como a Kipling, Timberland e Vans entre outras, interrompeu a importação do couro brasileiro alegando os mesmos motivos. Na ocasião o CICB - Centro das Indústrias de Curtume do Brasil , por meio de sua assessoria de imprensa divulgou comunicado dizendo que a indústria do couro brasileiro trabalha sob rígida legislação respeitando todas as práticas sustentáveis e atendendo às principais certificações internacionais. O CICB não se manifestou a respeito desse segundo boicote. Já o Ministério da Agricultura anunciou em nota que tentará mostrar aos compradores de couro brasileiro que a produção agropecuária é sustentável e que não há motivos para esta suspensão.

A H&M já foi alvo de polêmicas envolvendo peças com dizeres considerados racistas e salários de empregados terceirizados, de acordo com matéria na Folha de São Paulo. A marca sueca, que pediu desculpas no caso das peças e se justificou quanto aos salários pagos aos empregados, está entre as marcas de moda que se comprometeram a reduzir as emissões de gases poluentes da atmosfera até 2030, na Conferência Climática das Nações Unidas o ano passado.

Foto: cortesia CICB

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