JOTT entra em recuperação judicial

Marselha - A empresa de prêt-à-porter JOTT, de Marselha, que emprega cerca de 200 funcionários, entrou em recuperação judicial na quinta-feira, segundo informações de uma fonte próxima ao caso divulgadas na sexta-feira (19), confirmando uma reportagem do La Provence.

De acordo com a sentença que a AFP teve acesso, o tribunal de atividades econômicas de Marselha, constatando o estado de insolvência da empresa SAS JOTT, abriu um processo de recuperação judicial. O tribunal estabeleceu um período provisório de observação de seis meses.

Uma audiência intermediária está marcada para 5 de fevereiro a fim de "verificar, com base em seu relatório, se a capacidade financeira (da empresa, nota da redação) é suficiente e permite garantir o financiamento de sua atividade e decidir sobre a pertinência de continuar o período de observação ou a possível conversão em liquidação judicial".

Notícia de grande impacto

A JOTT emprega 183 funcionários, cujos salários de novembro estão em dia, e tem um faturamento de 24 milhões de euros, segundo os documentos apresentados ao tribunal. Fundada em 2010 em Marselha, a marca JOTT ("Just over the top") ficou conhecida por suas jaquetas acolchoadas leves e coloridas.

"Mode in Sud", o sindicato das empresas de moda da região, classificou a notícia como "de grande impacto para o nosso ecossistema de moda no Sul", em um comunicado. "A JOTT não é apenas uma empresa local, mas uma história de sucesso de Marselha", explica Jocelyn Meire, presidente da "Mode in Sud".

Segundo ele, "a fragilização de uma marca francesa estruturante diante de desafios econômicos reais, e a questão regulatória em torno de uma gigante global do e-commerce como a Shein, ilustra de forma contundente as tensões que o setor da moda enfrenta atualmente".

O prêt-à-porter francês vem sofrendo uma grave crise nos últimos anos, pressionado pela concorrência dos brechós e da moda ultrarrápida asiática.

Em 12 de dezembro, o grupo de prêt-à-porter IKKS encontrou um comprador, mas com uma redução de metade de sua força de trabalho, resultando na perda de aproximadamente 500 empregos.