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Setor óptico brasileiro em alerta: pirataria e “tarifaço” no radar da Abióptica

By Marta De Divitiis

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Negócios
Credits: Sincerely Media/Unsplash

Pirataria, falsificações, contrabando e sonegações fiscais foram a causa de prejuízos equivalentes a 40 por cento do faturamento do segmento óptico brasileiro em 2024. O setor perdeu com isso 10,2 bilhões de reais, sendo que faturou 27 bilhões de reais. O levantamento, feito pela Abióptica – Associação Brasileira da Indústria Óptica – mostra que “estas perdas impedem a expansão do mercado em toda a sua complexa equação que combina emprego, renda, impostos e negócios’, diz a diretora executiva da entidade, Ambra Nobre Sinkoc.

A entidade compartilhou o problema com a ABCF - Associação Brasileira de Combate à Falsificação e o FNCP – Fórum Nacional Contra a Pirataria. “É urgente uma ação conjunta entre governo, setor óptico e plataformas digitais para frear esse prejuízo ao País”, conclui a executiva.

Mas as preocupações não param aí: a taxação de 50 por cento aos produtos exportados aos EUA (apelidado de “tarifaço”), prestes a vigorar a partir de primeiro de agosto tem dado o sinal de alerta aos mais variados setores, do agro à moda. Entidades calçadistas e têxteis já se manifestaram a respeito. No segmento óptico não é diferente. Embora o Brasil não seja exportador de armações ou lentes, o segmento tem se preocupado com possíveis retaliações, além da instabilidade cambial.

De acordo com Ambra, “as tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos aumentam a volatilidade cambial e podem resultar em elevação dos custos de importação de insumos e produtos ópticos acabados. Isso pode impactar diretamente os preços praticados no varejo e compromete a competitividade do setor”.

A entidade tem monitorado a situação em tempo real e acompanhado relatórios internacionais, como o Vision Council, e participando de fóruns regulatórios, webinars e comunicados sobre exclusões tarifárias. “Adotamos uma atuação institucional ativa, com presença em conselhos setoriais e grupos de discussão política para avaliar impactos e buscar alternativas compensatórias. Também mantemos comunicação constante com nossos associados, reforçando o papel estratégico do setor óptico nacional diante das instabilidades internacionais e promovendo uma abordagem educativa e de posicionamento coletivo”, explica a executiva.

Estratégias para driblar problemas

Ambra, à frente da Abioptica, orienta associados a adotar maior diversificação de fornecedores e antecipar compras de produtos americanos ainda disponíveis sob condições vigentes. “Também é necessário reavaliar a cadeia logística e estabelecer planos alternativos caso haja medidas retaliatórias por parte do governo brasileiro”, explica.

O setor óptica é formado por óculos, lentes, armações e demais produtos e conta com 800 empresas distribuidoras que abastecem os 71.226 pontos de venda distribuídos pelo Brasil, recolhendo impostos em toda a sua cadeia. O setor tem crescido. Em 2023 as vendas foram de 26 bilhões de reais. E, nos últimos três anos, segundo dados da Abióptica, foram abertas 38 mil vagas de trabalho somente nas óticas inauguradas no mesmo período.

Em resumo
  • A pirataria e falsificações causaram um prejuízo de 10,2 bilhões de reais ao setor óptico brasileiro em 2024, representando 40% do faturamento do segmento.
  • A taxação de 50% sobre produtos exportados aos EUA preocupa o setor óptico devido a possíveis retaliações e instabilidade cambial, podendo aumentar os custos de importação.
  • A Abióptica orienta seus associados a diversificar fornecedores, antecipar compras e reavaliar a cadeia logística para mitigar os impactos das tensões comerciais e tarifárias.
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