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Salvar o "Made in Italy" começando pela credibilidade da marca e por um storytelling adequado

By Isabella Naef

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Moda|Opinião
Certificar a cadeia produtiva também é uma forma de ajudar o "Made in Italy" Créditos: FashionUnited, imagem gerada com o auxílio da Inteligência Artificial

O selo "Made in Italy" está em meio a uma tempestade nos últimos dias, não apenas devido às tarifas que, apesar do acordo entre os EUA e a UE, penalizam muitos setores, mas também, e principalmente, devido à questão da exploração da mão de obra e à dificuldade das empresas em controlar toda a cadeia de suprimentos, incluindo fornecedores e subfornecedores.

Na verdade, esses episódios de exploração, o último dos quais envolve a Loro Piana, trazem à tona um tema que o FashionUnited vem abordando há algum tempo e que tem a ver com transparência e comunicação, ou seja, com a capacidade das empresas de saber contar com sinceridade, simplicidade e cuidado o que realmente é o "Made in Italy" e como ele é feito.

Dizer que um produto é "Made in Italy" sem explicar o que isso significa concretamente não basta

Em resumo, dizer que um produto é "Made in Italy" sem explicar o que isso significa concretamente não basta mais para "encantar" o cliente, especialmente considerando os episódios de exploração e falta de segurança no trabalho que envolveram marcas renomadas. Além disso, saber que uma bolsa de grife ou uma peça de luxo tem um preço ao público de milhares de euros, mas é paga ao fornecedor por algumas dezenas de euros pela grife, como revelado em algumas investigações, agrava o problema e afasta os consumidores das marcas.

Há menos de uma semana, Giusy Bettoni, fundadora e CEO da Class (Criatividade, Estilo de Vida e Sinergia Sustentável), eco-hub internacional com sede em Milão, em entrevista ao FashionUnited, alertava que se intitular "Made in Italy" sem descrever esse conceito de forma precisa, clara, simples, concreta e sucinta, é pouco útil e não ajuda nem a moda nem a cadeia produtiva.

Uma exortação para falar, contar e demonstrar o que é o "Made in Italy" também veio, há alguns meses, de Renzo Rosso, proprietário da OTB, holding que controla marcas como Diesel, Jil Sander, Maison Margiela, Marni e Viktor&Rolf. "Temos qualidades únicas, bom gosto, precisamos nos valorizar pelo que somos e pelo que temos a oferecer", explicou o fundador da OTB.

"A Itália produz cerca de 80 por cento dos bens de luxo do mundo e é considerada o país número um em termos de cadeia produtiva. É por isso que nossos artesãos são procurados em todo o mundo, não podemos deixá-los escapar", ressaltou Rosso em entrevista à RaiNews24, durante o programa Pomeriggio 24, por ocasião do Dia do "Made in Italy".

Entre os defensores do "Made in Italy" com uma abordagem concreta, está, naturalmente, o Ministro do Desenvolvimento Econômico, Adolfo Urso, que na semana passada informou que estaria avaliando a introdução de um sistema de certificação, após a marca Loro Piana ter sido colocada sob administração judicial por suposta violação dos direitos dos trabalhadores.

Adolfo Urso, Ministro das Empresas e do "Made in Italy", conforme relatado pela Reuters, declarou às associações de classe durante a Mesa Redonda da Moda que algumas empresas ilegais na cadeia de suprimentos da moda mancharam a imagem do "Made in Italy".

Como se lê em uma nota do Ministério do Desenvolvimento Econômico, "para combater os comportamentos ilícitos de poucos em matéria trabalhista, que podem comprometer a reputação de todo o setor, Urso destacou que o governo 'está trabalhando em uma norma para certificar a sustentabilidade e a legalidade das empresas do setor, com o objetivo de oferecer uma solução estrutural para o problema'. A norma visa certificar a cadeia de suprimentos que se reporta ao titular da marca, com base em verificações preventivas ad hoc, de modo a excluir que este último tenha que responder por comportamentos ilícitos ou obscuros atribuíveis aos fornecedores ou subfornecedores ao longo da cadeia.

Mas o que é o "Made in Italy"? E a certificação poderia realmente ser a solução? Vimos que as certificações para a igualdade de gênero, com base em dados concretos, não mudaram realmente a abordagem das empresas e não equalizaram concretamente o tratamento de homens e mulheres no trabalho, assim como vimos que a introdução de normas cada vez mais rigorosas, embora útil, por si só não basta.

Neste caso também, portanto, a questão é mais complexa e cultural, e os aspectos a serem considerados são muitos. Em alguns casos, é necessário ir além do "Made in Italy" e apostar diretamente na credibilidade da marca, das pessoas, da empresa. Patrizio Bertelli, proprietário da Prada, foi um dos primeiros, há décadas, a falar de "Made in Prada", e o fez para desmistificar o deslocamento para a China, porque se um produto tivesse o logotipo da marca, significava que era bem feito, com produtos de qualidade e de forma sustentável, inclusive socialmente.

Da mesma opinião é Adriano Goldschmied, "o padrinho do denim", segundo o qual, desde sempre, é preciso ser "made em qualquer lugar", mas vencedor. Em 2017, ele contou ao FashionUnited que o "Made in Italy" é um pecado de presunção: o consumidor confia na marca, não no "made in". "Dou um exemplo: este telefone que tenho na mão é um Apple; o consumidor não se importa se ele é produzido em Taiwan ou nos EUA, mas se interessa que ele funcione bem, o que é garantido pela marca. Essa filosofia do "Made in Italy", em muitos casos, tirou o mercado italiano da realidade. Também é verdade que na Itália existem ótimas empresas, empresas que sabem fazer o seu trabalho, exemplos de grande capacidade e qualidade", explicou Goldschmied. "O consumidor é informado, sabe reconhecer a qualidade e é isso que importa, não o 'made in'. É preciso ser 'made em qualquer lugar, mas vencedor'", concluiu Goldschmied.

Uma reflexão que hoje, mais do que nunca, deveria ser absorvida. Porque para sair vencedor desta situação complexa é necessário recuperar a credibilidade com um storytelling que comunique um storymaking impecável, real e concreto.

O consumidor é informado, sabe reconhecer a qualidade Créditos: FashionUnited, imagem gerada com o auxílio da Inteligência Artificial
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Em resumo
  • O selo 'Made in Italy' enfrenta desafios relacionados à exploração da mão de obra e à transparência na cadeia de suprimentos.
  • É crucial que as empresas comuniquem de forma clara e concreta o que significa 'Made in Italy', indo além do simples rótulo.
  • A credibilidade da marca e a qualidade do produto são cada vez mais importantes para os consumidores, superando a mera origem 'Made in Italy'.
Adriano Goldschmied
Giusy Bettoni
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