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Azzas 2154: Thiago Hering sai da companhia

By Marta De Divitiis

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Da esquerda para a direita: Fábio Hering, pai de Thiago, da família fundadora da marca Credits: cortesia Hering

Ontem, quarta-feira (3), depois do fechamento do mercado, a Azzas 2154 comunicou, por meio de fato relevante, a saída do herdeiro da marca Hering, Thiago, que atuava como diretor estatutário e CEO (diretor executivo na sigla em inglês), da unidade de negócio Basic do conglomerado. Em seu lugar, a partir de primeiro de outubro, ficará Gustavo Rudge Fonseca, hoje diretor da unidade de negócio Fashion & Lifestyle.

De acordo com o comunicado este é o início do processo de transição da liderança da marca Hering, com um comitê de transição constituído por Alexandre Birman, diretor presidente e de operações e Roberto Jatahy, diretor de negócio da unidade Fashion & Lifestyle. “Ainda, a Companhia contatou a consultoria da Heartman House que atuará no fortalecimento e aceleração das iniciativas voltadas ao crescimento sustentável da marca Hering”, diz o informe divulgado.

Thiago sai destacando o fim da família Hering no comando da marca, fundada em 1880, em Blumenau, Santa Catarina. A família continua como acionista da Azzas 2154, cuja participação não é divulgada uma vez que faz parte do bloco de controle.

A Hering, tradicional marca de roupas básicas, foi adquirida pelo Grupo Soma em 2021, por 5,1 bilhão de reais. Após a fusão dos grupos Soma e Arezzo&Co e a criação da Azzas 2154, a Hering teve participação significativa na receita do grupo.

Posicionamento de marca e sustentabilidade econômica

No início do ano, um ano após a fusão dos grupos, havia fortes rumores no mercado sobre desentendimentos entre Birman e Jatahy. No final de junho ambos os executivos vieram a público dizer que as diferenças haviam sido resolvidas, sendo que deixariam o “acordo de acionistas na gaveta”. Como consequência, as ações da empresa subiram seis por cento.

A saída de Thiago, surpreendente para alguns, acontece depois de rumores a respeito de desgaste na relação com Birman, falhas de estoque e de planejamento durante a adaptação pós fusão.

A sócia fundadora do IBModa – Instituto Brasileiro de Moda - e gestora de negócios, Luciane Robic, comentou para o FashionUnited a respeito da saída de Thiago Hering. De acordo com ela esses movimentos constantes são comuns para o porte de uma fusão como a do grupo AZZAS 2154, que está em busca persistente e urgente de resultados financeiros para uma melhor sustentabilidade econômica.

"Esse cenário - de falta de vigor no posicionamento da marca - já vem se delineando há algum tempo, antes mesmo da Hering ser incorporada pelo grupo Soma, que por sua vez até promoveu modificações com sua expertise em desenvolvimento de coleção e visual merchandising nas lojas, entretanto não suficientes para desenvolver um posicionamento sólido. Essa é uma questão complexa, pois a Hering é uma das marcas, que além das lojas flagship, sempre fez sua distribuição fortemente apoiada em lojas multimarcas espalhadas por todo o pais, o que dificulta o controle de posicionamento de produto, marca e exposição, entre outras coisas", diz a gestora.

“A busca por rápidos resultados faz com que o grupo, com a assistência de consultorias de griffe como a Mckinsey e a Heartman House, acelere essa dança das cadeiras, inserindo executivos com perfil focado em resultados, que muitas vezes entram em conflito com profissionais que têm experiência e conhecimento do mercado de moda e atuam em marcas que compõem o próprio grupo”, diz a gestora.

Luciane explica que vê este caminho como inevitável. “Por outro lado, entendo o valor que esse conhecimento em nosso mercado pode agregar sensivelmente na gestão e governança de modo geral, e por isso é importante que o grupo AZZAS 2154 busque o equilíbrio entre novos gestores de mercados em geral com a experiência e expertise em moda, impulsionando os negócios para melhores resultados”.

Em resumo
  • Thiago Hering deixa o cargo de CEO da unidade de negócio Basic da Azzas 2154, marcando o fim da gestão da família Hering na marca.
  • Gustavo Rudge Fonseca assume a posição de CEO, e um comitê de transição e consultoria externa (Heartman House) são envolvidos para fortalecer o crescimento sustentável da marca Hering.
  • A saída de Thiago ocorre em meio a rumores de desafios pós-fusão e a busca por resultados financeiros mais rápidos, refletindo a complexidade da gestão da marca Hering dentro do grupo Azzas 2154.
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